- Comentar
Catarina Martins reforça que o Bloco de Esquerda (BE) mantém disponibilidade para negociar o Orçamento do Estado com o Governo. Depois de ter anunciado o voto contra o documento, e de a ministra do Trabalho falar em intransigência do BE, a líder do partido assume que está disponível para falar, mas tudo depende do Executivo.
Em conferência de imprensa, depois de uma reunião com a líder da CGTP, Isabel Camarinha, a líder bloquista assumiu que tudo depende do "sinal do Governo", e voltou a focar o discurso nas pensões.
"Teremos disponibilidade para rever o nosso voto na generalidade, o que esperamos é que exista esse sinal. Tenho muita dificuldade em compreender como não é possível continuarmos nas pensões o caminho que já tinha feito sobre o corte do fator de sustentabilidade. Temos que garantir a pessoas que tem longas carreiras contributivas, uma pensão que seja digna", assume.

Leia também:
Parlamento chumba Orçamento do Estado. Tem a palavra o Presidente da República...
Sobre as nove propostas que o Bloco de Esquerda apresentou ao Governo, Catarina Martins garante que tudo foi simplificado para tentar um acordo, e viabilizar o Orçamento na fase de generalidade.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"O BE limitou as propostas a uma área mais pequena para tentar um entendimento. Ouvi o Governo falar nas propostas do BE, e assumiram que tinham sido recusadas. Em alguns casos há contrapropostas, mas que são para aplicar dentro de muito tempo ou sem efeitos concretos", justifica.
Catarina Martins acentua que o Governo "assume que não aceita uma única das propostas que o partido faz".
Depois de reunir a mesa nacional, no domingo, Catarina Martins confirmou que o partido vai votar contra, caso o Governo não aceite as nove propostas "muito claras".
"Se até à próxima quarta-feira o Governo entender negociar o OE, o BE responderá com disponibilidade e clareza para soluções que aumentam os salários, que protegem o SNS e garantem justiça para quem trabalhou toda a vida. Se o Governo insistir a impor recusas onde a esquerda podia ter avanços, o BE responderá pela sua gente, pelo povo que trabalha e pelo SNS que nos orgulha e votará contra o Orçamento do Estado 2022. Não temos muito tempo, mas ainda há tempo", avisou.
O Orçamento do Estado vai ser votado na quarta-feira e, nesta altura, não vai passar à fase de especialidade, com o voto contra do BE e do PCP. Apenas o PAN e as deputadas não-inscritas confirmaram a abstenção.

Leia também:
"Não temos muito tempo, mas ainda há tempo." BE anuncia voto contra se Governo não aceitar propostas