- Comentar
O ministro da Administração Interna afirma que, até ao final deste ano, as bodycams vão ser instaladas nas fardas dos elementos das forças de segurança. Em declarações à TSF, José Luís Carneiro explicou que, ouvida a Comissão Nacional de Proteção de Dados, o Governo concluiu a regulamentação das câmaras "tendo em vista melhores condições de transparência no uso da videovigilância por uma autoridade democrática".
As câmaras vão ser utilizadas pelos militares da GNR e agentes da PSP e filmam em permanência, mas dividem as gravações em blocos "de 30 em 30 segundos". Sempre que qualquer agente da autoridade "sentir necessidade do uso da gravação de imagem e voz", tem o dever de "comunicar ao cidadão que vai ativar essa mesma câmara", acionando o mecanismo que guarda a imagem e o som captados.
Esse momento deve ser anunciado "em voz audível e percetível", ressalva o ministro, com o agente a informar que "vai passar a gravar o momento concreto do exercício da autoridade". A partir daí, são guardados os 30 segundos anteriores da gravação e tudo que aconteça daí para a frente.
Ouça aqui, na íntegra, as explicações do ministro José Luís Carneiro.
O mesmo agente ou militar que inicia a gravação é o que a termina, sabendo de antemão que, se ficar provado que "usou de forma aleatória e dolosa" as câmaras - por exemplo, pausando a gravação durante um qualquer exercício de autoridade - "há lugar a abertura de procedimento de inquérito e de procedimento disciplinar".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
As imagens são depois recolhidas e ficam "à guarda das forças de segurança, que são responsáveis pela salvaguarda e preservação desses dados", estando "disponíveis para efeitos de produção de prova" sempre que necessário.
Por recomendação da CNPD, "tudo o que tenha a ver com a identidade dos cidadãos fica devidamente salvaguardado e acautelado", sob pena de responsabilização criminal por parte de quem não respeite o protocolo.
Ainda sem saber o número de câmaras que serão precisas - "está em fase de auscultação" -, o Governo conta que "nos próximos dois meses" estejam reunidas condições para ter as "primeiras câmaras em funcionamento".
Para já, faltam "duas fases" até que as câmaras cheguem às fardas, com a legislação a ter ainda de "circular por todos os membros do Governo para que cada um possa pronunciar-se sobre a proposta".
A proposta é depois discutida pelos secretários de Estado e segue para Conselho de Ministros. Concluída essa fase, abre-se o concurso público para aquisição das câmaras.