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Isabel Camarinha refutou as acusações feitas pelo primeiro-ministro, António Costa, que, esta segunda-feira, criticou a postura da CGTP, lamentando que a intersindical, à partida, nunca assine nenhum acordo coletivo, contribuindo para um "enorme desequilíbrio nas relações laborais". Em declarações à TSF, a secretária-geral diz ter ouvido um conjunto de falsidades, garantindo que a CGTP assinou "vários acordos na concertação social".
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Acordos esses que, "curiosamente, não foram cumpridos", acusou a responsável, dando como um exemplo o acordo feito sobre o salário mínimo nacional, que a intersindical assinou. Mas há outros, diz Isabel Camarinha, designadamente no quadro da formação profissional, da segurança e saúde no trabalho e da promoção da negociação coletiva.
Oiça as declarações de Isabel Camarinha à jornalista Sónia Santos Silva
A responsável sindical sustentou que a CGTP, desde sempre, e ao longo de sempre, negociou a contratação coletiva, cadernos reivindicativos e também acordos na concertação social, mas "sempre com o objetivo de melhorar as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores abrangidos".
Dessa perspetiva, "não se conta com a CGTP, nem nunca se contou, para dar acordo a matérias que não melhoram as condições de vida e de trabalho ou que, pelo contrário, vêm retirar-lhes direitos", argumentou.
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"A CGTP desde sempre negociou acordos na concertação social"
Na emissão especial do programa Princípio da Incerteza, na CNN, primeiro-ministro lamentou que a CGTP não tenha compreendido a "oportunidade histórica para se reposicionar" no cenário de concertação social, considerando mesmo ser uma das suas "maiores frustrações". "Uma das maiores frustrações que tenho é, nos últimos seis anos, a CGTP não ter compreendido que tinha uma oportunidade histórica para se reposicionar neste cenário da concertação social", declarou António Costa.
O líder socialista assinalou ainda que em Portugal existe uma cultura, entre os parceiros sociais, que "não favorece este esforço": do lado dos trabalhadores, "há um enorme desequilíbrio", uma vez que a CGTP, "à partida, nunca assina nenhum acordo coletivo. Isso desequilibra brutalmente as relações laborais", frisou.
O chefe do Executivo sustentou que um dos fatores fundamentais para reequilibrar a concertação social era a "CGTP passar a adotar uma atitude em que as pessoas compreendessem que só há verdadeiro acordo quando todos assinam" e não quando só uma das centrais sindicais e as confederações patronais o fazem.

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