CEO da TAP só recebe bónus se for recuperada "parte significativa" do dinheiro injetado

João Galamba pede responsabilidade aos outros partidos e defende que o assunto da TAP é "demasiado importante para ser apenas uma arma de arremesso político".

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, explicou esta sexta-feira que a CEO da TAP só vai receber o bónus previsto no seu contrato se for possível recuperar uma "parte significativa" do dinheiro injetado na companhia aérea. O governante explicou também que este bónus não foi ratificado em assembleia-geral da empresa - como escreve esta sexta-feira o Jornal Económico - porque, à data da contratação Ourmières-Widener, o plano de reestruturação ainda estava em Bruxelas.

"Em 2021 houve um processo de recrutamento internacional e foi acordado um conjunto de condições, que depois têm de ser ratificadas na assembleia-geral, que delegou na comissão de vencimentos", explicou.

Esta comissão fixou a remuneração bruta da CEO, mas não o bónus, porque este "está inteiramente ligado à concretização e sucesso do plano de reestruturação da TAP" que, nessa altura, "ainda não estava aprovado".

O Jornal Económico revela esta sexta-feira que Ourmières-Widener pode vir a receber um bónus, que não foi ratificado em assembleia-geral da TAP, situado entre 2,1 milhões e três milhões de euros, se cumprir os objetivos fixados no plano de reestruturação. Galamba garante que, a acontecer, "será pago apenas no final do processo", em 2025-2026.

O pagamento do bónus "apenas acontecerá se o processo de reestruturação da TAP for bem-sucedido e se uma parte significativa do dinheiro injetado na TAP for recuperado", garantiu o ministro à saída de uma reunião com autarcas da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, na Câmara Municipal de Castelo Branco.

Sem querer aferir se os valores do bónus "são ou não exagerados", João Galamba escolheu apenas notar que "o Estado é pessoa de bem e cumpre com o que foi acordado".

Já sobre o plano de recuperação da TAP, o ministro garante que está "a correr bem", e que "muito provavelmente" vão acontecer, já em 2023, resultados que "estavam previstos para 2025".

"São boas notícias para a TAP e para todos os portugueses, dão boas expectativas de que em 25-26 tudo seja concluído da melhor maneira", lançou.

Perante mais uma onda de contestação e críticas dos partidos, o ministro deixa um apelo à "enorme responsabilidade de todos os envolvidos, é um assunto demasiado importante para ser apenas uma arma de arremesso político".

"Entendam a importância de que este processo de reestruturação decorra com normalidade", explica Galamba, quando se entra agora numa "fase muito delicada, a da negociação da abertura de capital da TAP", sobre a qual o Governo tem "excelentes perspetivas de que possa correr muito bem", garantindo-se o "interesse público" com a salvaguarda do hub e das rotas.

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