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O PSD decidiu dar uma "segunda oportunidade" a António Costa para esclarecer a alegada "interferência" na banca, depois das acusações do antigo governador Carlos Costa, mas o Chega "fartou-se de esperar". O partido de André Ventura avança com uma comissão eventual, mas fica à mercê da vontade de quem é chamado, já que não tem obrigação de se apresentar no Parlamento.
O primeiro "convocado" para ser ouvido na Assembleia da República será Carlos Costa, mas André Ventura admite que "ainda não fez qualquer contacto" para perceber se o antigo governador está disponível para ser ouvido. O Chega tem também a intenção de chamar Mário Centeno e a restante equipa que lidera o Banco de Portugal.

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André Ventura admite que "é triste" que o seu partido tenha que utilizar "um mecanismo suplementar", lamentando que "os poderes da comissão eventual sejam muito mais reduzidos".
"Podemos ter a sorte de todos os chamados aceitarem participar, mas também podemos ter o azar de alguns não quererem participar", acrescentou, aos jornalistas.
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Em conferência de imprensa, André Ventura apontou ainda o dedo ao PSD de Luís Montenegro, já que o Chega "aguardou que o PSD fizesse o seu trabalho", mas o partido ainda não avançou para uma comissão de inquérito, como ameaçou na altura.
"Depois perguntam-se porque é que os portugueses acham que não há oposição da parte do PSD? É por isso. Quando é preciso fazê-la, não a fazem", criticou.
Ventura diz ainda que o PSD "está a prejudicar a oposição", tendo em conta a "inércia política em que vive", dando "segundas, terceiras e quartas oportunidades ao PS".
Em dezembro, o Chega já tinha proposto a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito para avaliar "a eventual interferência política do primeiro-ministro" na banca, mas a proposta acabou chumbada com a abstenção do PSD e do PAN e votos contra do PS, PCP, BE e Livre. Só o Chega e a IL votaram a favor.

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