Chega quer ser terceira maior força política nacional e "mandar António Costa para casa"

Para André Ventura, apesar dos resultados em crescendo nas últimas sondagens só fica mesmo contente se António Costa perder as eleições.

Na véspera do arranque oficial da campanha, em Coimbra, André Ventura, embora tendo António Costa como principal alvo, disparou em todas as direções e reforçou o que vem dizendo com convicção: o Chega será a terceira maior força política depois das próximas eleições do dia 30 deste mês. Ainda assim, só o crescimento do Chega não é suficiente para André Ventura, que afirma que apesar dos resultados em crescendo nas últimas sondagens só fica mesmo contente se António Costa perder as eleições. "Não fico contente, mesmo que o Chega cresça, se António Costa ganhar", diz.

O principal alvo do Chega é o PS, até porque Rui Rio, para Ventura, não tem remédio, ou melhor "é como o Melhoral, nem faz bem, nem faz mal", por causa de Rio ter apelado nos debates ao voto do CDS para quem não quer votar no PSD ou quando se mostrou disposto a apoiar um governo socialista.

No horizonte do Chega estão os dois dígitos para as próximas eleições. "Vamos conseguir recuperar os dois dígitos e recuperar a dignidade do parlamento e remeter a extrema-esquerda para o lugar onde sempre devia ter estado na nossa história. A extrema-esquerda foi um erro da nossa história. A revolução como ela aconteceu, promovendo o crescimento da extrema-esquerda, foi um erro que os nossos pais e os nossos avós pagaram", afirma André Ventura, de farpas viradas ao PCP e ao Bloco de Esquerda... de um partido que diz querer emagrecer o Estado, combater a corrupção e acelerar a justiça, varrendo aquilo que chama de 46 anos de sujidade e podridão.

Em Coimbra, André Ventura contou com o apoio do cabeça de lista pelo distrito, Paulo Ralha, que chegou a estar filiado no Partido Socialista e a fazer parte da lista do Bloco de Esquerda às legislativas de 2011. O agora militante do Chega explicou as razões por que se juntou agora mais à direita, dizendo que "já não é o PS que faz o combate à corrupção" e que o "BE não consegue ultrapassar a barreira ideológica" e, assim "não conseguimos trazer progresso para Portugal". Contudo, ousou invocar Mário Soares, "nome amaldiçoado por aqui", para lembrar uma expressão da figura marcante da política socialista: "Só os burros não mudam."

André Ventura iniciou o discurso a acolher de braços abertos Paulo Ralha e agradecendo-lhe a frontalidade. "No Chega temos esta dimensão que é semelhante à eucaristia. A luta contra a corrupção permite-nos mudar. Paulo Ralha já acreditou na Esquerda, como eu já acreditei no PSD, que é de esquerda", acrescentando que o Chega é "como o cristianismo, as pessoas veem uma luz".

Ventura sublinhou ainda que o problema dos restantes partidos políticos com o Chega não está, no seu entender, no radicalismo, mas sim porque o partido quer "cortar nos tachos e nas clientelas", reforçando que "eles têm enorme medo do resultado" do Chega nas próximas eleições. "Estamos a ganhar gás, estamos em terceiro, queremos mais, mas já nada vai impedir esta força de continuar pelo país todo", acrescentou.

Houve ainda tempo para criticar os comentadores políticos. Diz Ventura que, mesmo que debatesse sozinho, haveria comentadores que diriam que "o silêncio esteve melhor".

Terminou apelando aos simpatizantes do partido para que não desistam até dia 30. "Vão dizer que somos uma ameaça à democracia. Isto vai ser duro? Vai. Vai ter custos? Vai. Mas sobretudo vai abrir os olhos a muita gente, porque dia 30 seremos a terceira maior força política nacional e mandar António Costa para casa", fechou.

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