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Foi uma reunião cordial à porta aberta, mas quando os jornalistas deixaram de ter acesso, a conversa azedou entre o presidente da Assembleia da República e o Governo. Eduardo Ferro Rodrigues exigiu medidas para que os isolados possam votar nas legislativas, e pediu mudanças na estratégia de comunicação.
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Ao que a TSF apurou, Ferro Rodrigues puxou as orelhas ao Executivo, e exigiu soluções para que os isolados possam votar nas legislativas de 30 de janeiro. António Costa falou então nos três planos possíveis, recordando que a DGS está a estudar o número de dias de isolamento, que podem ser reduzidos para cinco.
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A ministra da Administração Interna pediu também, nesta terça-feira, um parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República para saber se o isolamento impede o exercício do direito de voto ou se é possível votar apesar do confinamento.
E num tom mais ríspido, António Costa lembrou que a primeira opção é da competência da Assembleia da República, ou seja, mudar a lei. Ao que Ferro Rodrigues respondeu, na mesma moeda, e recordou que a comissão permanente, em funções depois da dissolução do Parlamento, não tem poder para legislar.
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A TSF confirmou ainda que o Presidente da Assembleia da República foi também muito crítico com a estratégia de comunicação do Governo. Falando diretamente para Marta Temido, pediu, mais uma vez, para que seja comunicada a relação entre vacinados, internados e mortes, para que não restem dúvidas quanto à eficácia das vacinas.
Marta Temido respondeu que as informações estão disponíveis, no site da Direção-Geral da Saúde, mas Ferro Rodrigues pediu "comunicação" em vez de "divulgação", e disse mesmo que só viu os números explicados por "comentadores televisivos".
Na opinião do presidente da Assembleia da República, a relação entre não vacinados e mortes devem ter o mesmo destaque do número diário de infetados.

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