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O presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, Flávio Alves Martins, vê a polémica à volta da anulação dos votos dos emigrantes como constrangedora e explicou que muitos destes portugueses a viver no estrangeiro não enviaram cópias dos documentos pessoais juntamente com o voto porque, muitas vezes nesses países, isso é ilegal.
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"Havia no folheto que era enviado para a morada das pessoas, dos eleitores, a indicação da necessidade de uma cópia do Cartão de Cidadão ou Bilhete de Identidade, mas sabemos também que há leis nos países de acolhimento que proíbem essa prática. Porque é que não se viu isso há mais tempo? Percebemos que aconteceram cenas, no mínimo, constrangedoras e que poderiam ter sido evitadas", explicou à TSF Flávio Alves Martins.
Ouça a entrevista ao presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas na íntegra
Em nome do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, o presidente recorda que têm vindo a alertar, há muitos anos, as entidades responsáveis e os partidos sobre alguns problemas para os emigrantes que querem votar e voltam agora a enviar recomendações ao novo Governo na esperança de que, desta vez, não existam mais desculpas para não alterar a lei.
Na sequência de protestos do PSD, mais de 80% dos votos dos emigrantes no círculo da Europa foram considerados nulos, depois de a maioria das mesas eleitorais ter validado votos que não vinham acompanhados por uma cópia da identificação do eleitor, como a lei exige.
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Segundo o edital publicado esta quinta-feira sobre o apuramento geral da eleição pelo círculo da Europa, de um total de 195.701 votos recebidos, 157.205 foram considerados nulos, o que equivale a 80,32%.

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Atribuídos os mandatos da emigração, o PS conseguiu 119 dos 230 lugares na Assembleia da República, enquanto o PSD elegeu 73 deputados sozinho, subindo para 78 com os eleitos em coligação na Madeira e nos Açores.