COP27: Ministro do Ambiente fala de pouca ambição na área da mitigação

Duarte Cordeiro salienta as dúvidas que existem de que, com os atuais compromissos dos países de reduzir os gases com efeito de estufa, se contenha o aumento da temperatura global em 1,5ºC.

O ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, salientou no domingo as dúvidas que existem de que com os atuais compromissos de redução de emissões de gases com efeito de estufa se contenha o aumento da temperatura em 1,5ºC.

Num comentário, na RTP3, às conclusões da conferência da ONU sobre o clima, que terminou na madrugada de domingo em Sharm el-Sheikh, no Egito, Duarte Cordeiro concordou que, na área da mitigação, se não houve recuos também não houve avanços.

E salientou as dúvidas que existem de que, com os atuais compromissos dos países de reduzir os gases com efeito de estufa (GEE), se contenha o aumento da temperatura global em 1,5ºC (graus celsius), uma meta do Acordo de Paris sobre o clima em 2015 e que na conferência do Egito os países mantiveram como objetivo.

Na conferência da ONU, que durou mais de duas semanas, foi aprovado um acordo para a criação de um fundo para financiar perdas e danos climáticos de países pobres e vulneráveis, uma ambição dos países do sul global e um dos temas mais importantes da conferência.

Mas não foram feitos avanços substanciais na redução de emissões de GEE, algo que nomeadamente o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o vice-presidente da União Europeia, Frans Timmermans, lamentaram.

Na entrevista, no programa de informação 360º, Duarte Cordeiro saudou a criação do fundo para perdas e danos, mas alertou para a falta de ambição dos compromissos de redução de GEE.

Duarte Cordeiro considerou que a União Europeia esteve bem, pressionando para aumentar essa ambição, nomeadamente de se chegar ao pico das emissões de GEE já em 2025, e apresentou ela própria "mais responsabilidades". E lamentou que um conjunto de países tivesse procurado que não se registassem os avanços desejados.

Duarte Cordeiro salientou ainda que nesta matéria Portugal é dos países "mais progressistas" a nível europeu, nomeadamente nas energias renováveis, e reafirmou que o país pode mesmo antecipar metas, uma delas chegar a 80% de energias renováveis já em 2026.

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