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O secretário-geral do PS admitiu esta quinta-feira reeditar a fórmula de Governo de António Guterres (1995/2001) se vencer com maioria relativa, enquanto o presidente do PSD alertou para a possibilidade de o BE entrar num Executivo socialista.
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Estas posições foram transmitidas no início do único frente-a-frente entre António Costa e Rui Rio antes das legislativas de 30 de janeiro, transmitido pelas televisões generalistas, RTP, SIC e TVI, a partir do Teatro do Capitólio, em Lisboa.
Na questão da governabilidade do país após as eleições, Rui Rio considerou praticamente impossível uma maioria absoluta do PS ou do PSD e criticou a atuação de António Costa, dizendo que não esclarece o que fará se vencer sem maioria absoluta.

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Rui Rio disse que António Costa não está em condições de retomar a "Geringonça" com PCP, PEV e Bloco de Esquerda, e apontou que antes das legislativas de 2015 Costa escondeu que poderia mais tarde vir a governar com o apoio de comunistas e bloquistas, mesmo perdendo as eleições.
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Mas o presidente do PSD foi mais longe. Levantou a possibilidade de o PS agora vencer com uma maioria relativa, António Costa abdicar de liderar o futuro Governo e passar essa responsabilidade para um sucessor socialista, que disse ser com maior probabilidade Pedro Nuno Santos.
"E aí temos o Bloco de Esquerda mesmo dentro do Governo, com ministros do BE", declarou.

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O secretário-geral do PS negou que tenha escondido jogo antes das legislativas de 2015, mostrando para o efeito uma machete do jornal Expresso de setembro desse ano, uma semana antes do ato eleitoral, e voltou a assegurar as suas responsabilidades se não perder as eleições: "Cá estarei".
Perante um resultado de maioria relativa, António Costa afirmou que irá conversar com os partidos na Assembleia da República, ou num "modelo clássico" como o primeiro Governo de Guterres, "diploma a diploma", que referiu "foi difícil, levava mais tempo, mas foi possível".
Após afastar a manutenção da "Geringonça" nas atuais circunstâncias, o secretário-geral do PS observou que, por exemplo, o PS e o PAN poderão somar mais de metade dos deputados.
"Não há tabus sobre o que acontecerá o dia 30 de janeiro", disse.