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O secretário-geral do PS e atual primeiro-ministro, António Costa, pede pela primeira vez uma maioria absoluta a 30 de janeiro, "com metade dos deputados mais um", e rejeita acordos de governação com o PSD.
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Em entrevista à CNN Portugal, António Costa reforçou que é necessária uma maioria estável para governar e garantiu que não tem medo das palavras "maioria absoluta", apesar de nunca definir essa meta para as eleições legislativas.
"O que é fundamental para o futuro do país é que haja estabilidade para os próximos quatro anos. É preciso que o PS tenha maioria. E o que é maioria? É metade mais um", disse.

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Questionado se as palavras "maioria absoluta queimam", Costa garantiu que "não é uma questão de queimar", apesar de em 2019, mesmo depois de um Governo de quatro anos, ter admitido que "os portugueses não gostam de maiorias".
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Já sobre um possível acordo com o PSD, depois do repto lançado por Rui Rio para que os socialistas clarificassem se estavam disponíveis para viabilizar um Governo minoritário dos social-democratas, António Costa garante que "é um cenário que nunca se colocará".
"Aliás, a proposta de Rui Rio, é uma proposta de quem não tem experiência de ação governativa. O que propõe é que haja uma espécie de um acordo provisório para os próximos dois anos, mas o país não precisa de acordos provisórios", respondeu.
No entanto, o atual primeiro-ministro fala num acordo para dois anos, mas esse cenário não foi colocado por Rui Rio. O presidente do PSD pediu ao PS que clarifique se está disponível para viabilizar um Governo social-democrata, "preferencialmente para a legislatura".
António Costa reforçou que o país precisa de "estabilidade durante quatro anos", lembrando que em 2015 foi assinado um acordo escrito com o Bloco de Esquerda (BE), PCP e PEV para a legislatura.

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António Costa sublinhou ainda que a geringonça não está politicamente morta, embora depois do chumbo do Orçamento "não haja condições" para negociar acordos com a esquerda.
"Sempre achei que a geringonça podia fazer bastante mais do que eliminar as malfeitorias da troika e que podia ter um projeto de conjunto para o país. Não se deve dizer que morreu de vez: não lhe davam um ano de vida e esta solução durou seis anos", sublinhou.
O líder socialista recordou que os primeiros quatro anos da geringonça "foram sólidos, e mais dois de forma instável". "Um dia haverá condições para novos acordos com o PCP e BE, neste momento não há", apontou, acrescentando que a esquerda deu sinais de querer abandonar o barco "quando não se mostraram interessados em discutir o Plano de Recuperação e Resiliência e o Portugal 2030".
António Costa reiterou ainda que se demite, caso não tenha uma vitória eleitoral a 30 de janeiro, depois de seis anos de Governo.
"Se durante seis anos os portugueses têm a oportunidade de acompanhar e avaliar o trabalho, e se ao fim de seis anos não dão confiança ao primeiro-ministro com uma vitória eleitoral, bom, isso é manifestamente um voto de desconfiança dos portugueses no primeiro-ministro e, então, aí eu tenho de tirar as devidas conclusões e demitir-me", disse.
E sobre a sucessão no Partido Socialista, Costa assumiu que "é provável" que a futura liderança passe pelo atual ministro da Habitação e das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, porque "tem boa idade", mas tudo depende da "vontade da generalidade dos socialistas".
