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Luís Montenegro acusou António Costa de ter esgotado a capacidade de recrutar pessoas da sociedade civil para o Governo, mas o primeiro-ministro responde que não se trata de esgotamento, mas de aproveitamento das qualidades já demonstradas por João Galamba e Marina Gonçalves.
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"Não é um sinal de esgotamento, é um sinal de aproveitamento das capacidades já testadas e já demonstradas", defendeu-se.
António Costa, além de recusar essa ideia de esgotamento político ao nível do universo de recrutamento, também rejeitou a tese de que o seu Governo está cada vez mais fechado na esfera do PS.

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Neste ponto, apontou mesmo o exemplo da falhada escolha de Alexandra Reis, gestora de carreira e politicamente independente, para as funções de secretária de Estado do Tesouro.
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O primeiro-ministro considerou que João Galamba e Marina Gonçalves, respetivamente propostos para ministros das Infraestruturas e da Habitação, asseguram continuidade de políticas, transparência de ação e experiência, evitando-se um "abrandamento" na execução do programa governativo.
Perante os jornalistas, o líder do executivo fez uma cerrada defesa no que respeita à adequação do perfil de João Galamba para ministro das Infraestruturas e de Marina Gonçalves para ministra da Habitação.
"O doutor João Galamba, para surpresa de muitos, tem sido um excelente secretário de Estado da Energia, tendo revelado qualidades executivas muito importantes", sustentou, dando como exemplo a área da transição energética.
De acordo com António Costa, João Galamba "demonstrou capacidade para executar, ter criatividade para resolver problemas e sempre com muita energia, sendo por isso a escolha certa para o lugar certo".
Quanto a Marina Gonçalves, "imprimiu uma boa dinâmica à política de habitação, numa fase em que esta política estava relativamente ainda embrionária".
"Neste momento, é absolutamente essencial dar execução aos programas destas duas áreas. Estas duas pessoas têm experiência governativas, têm provas dadas no que respeita à sua capacidade de execução, conhecem os trâmites da administração e já estão habituados a práticas burocráticas que são indispensáveis para garantir a boa transparência na execução do investimento público. Por isso, não serão fator de pausa, mas, pelo contrário, será seguramente uma energia renovada na execução do Orçamento do Estado, onde o investimento público aumenta 18% designadamente na área das Infraestruturas", referiu.
Ou seja, os dois novos ministros, na perspetiva de António Costa, asseguram "que continuam a dar execução a políticas centrais, num momento tão crítico para a economia global".
"Chamo a atenção que, ao longo destes sete anos, os meus governos tiveram sempre um bom equilíbrio entre pessoas com experiência política e outras que provinham da sociedade civil. Caso se olhe para os 55 membros do Governo, cerca de um terço nunca antes exerceram qualquer cargo político", alegou.