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João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, começou a intervenção na cerimónia comemorativa dos 200 anos da Constituição, no Parlamento, por relembrar como era o Portugal de 1822, que se acabara de "livrar da França e da influência inglesa". Depois, num recado aos que "se julgam donos" da Revolução de Abril de 1974, Cotrim de Figueiredo sublinhou que os liberais não se consideram "donos da Revolução Liberal nem da Constituição de 1822". Essa, garante, é uma "herança de todos os democráticos".
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No que toca à economia, João Cotrim de Figueiredo encontra paralelos entre 1822 e 2022, referindo a "asfixia fiscal" e a "dependência da riqueza externa", por exemplo. "Evidências de que não aprendemos com a História", declara o presidente da IL.
O líder nota ainda que a Revolução Liberal de 1820 foi levada a cabo por liberais - e nota como essa revolução não foi assinalada pela Assembleia da República. Sublinha que "a revolução liberal foi um grito contra a tirania" e que a Constituição hoje celebrada deixa escrito, pela primeira vez, o "mais sagrado dos princípios": que "o poder pertence às pessoas".

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A Assembleia da República celebra esta sexta-feira em sessão solene o bicentenário da Constituição de 1822 que, para o presidente do Parlamento, foi precursora na consagração de direitos que atualmente são "tão naturais" como respirar.
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Com a presença do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, a sessão solene teve início às 10h00 e vai ser o "ponto culminante" das celebrações do 200.º aniversário da primeira Constituição portuguesa.
Após a sessão, o Presidente da República, o presidente do Parlamento e o presidente das Comemorações do Bicentenário do Constitucionalismo Português, Guilherme d'Oliveira Martins, inauguraram uma exposição sobre a primeira Constituição.