Da "fábrica de impostos" ao IVA do pão e das touradas. CDS e Livre em guerra cultural

Francisco Rodrigues dos Santos colou o Livre ao comunismo. Rui Tavares diz que o CDS quer "desenterrar uma guerra cultural".

Num debate com dois partidos ideologicamente opostos, abriu-se uma guerra cultural, com Francisco Rodrigues dos Santos a acusar Rui Tavares de comunismo e de apresentar um programa que é uma "fábrica de impostos". O candidato do Livre destacou que as propostas do seu partido estão a marcar a pré-campanha.

Rui Tavares voltou a ser questionado com o Rendimento Básico Incondicional (RBI), que o Livre quer testar em Portugal, "com um custo de 30 milhões de euros". O cabeça de lista por Lisboa admite que "não tem certezas" quanto à medida, mas destaca que é uma proposta de futuro.

"Tenho apenas uma certeza sobre o RBI: é a melhor cura para a prisão perpétua. Durante uma semana só falámos de prisão perpétua, e a partir do momento em que falámos de uma proposta do Livre passou a falar-se do século XXI em vez do século XIX", disse.

Francisco Rodrigues dos Santos respondeu que o programa do Livre "é uma fábrica de impostos" que quer "eutanasiar a nossa economia de uma vez por todas". O líder do CDS disse ainda que as propostas do Livre fazem lembrar "os tempos do PREC".

"Rui Tavares é o Arnaldo Matos e o Livre o MRPP", apontou.

Já sobre o ensino, o centrista acusa o partido da papoila de querer terminar com a disciplina de Educação Moral e Religiosa, com "laicismo radical que é uma forma de intolerância". "Nem Mário Soares ou Álvaro Cunhal entraram por aí, entenderam que os anticristãos tinham morrido na I República", acrescentou.

Na resposta, Rui Tavares lembrou que o CDS quer baixar o IVA das touradas para seis por cento, a mesma taxa do pão. "Colocar o pão com a mesma taxação que se põe um desporto de sangue com animais na arena, penso se eram os cristão ou os anticristãos que faziam valer a mesma coisa", disse.

Rui Tavares acrescentou ainda que o CDS quer "desenterrar uma guerra cultural", mas Francisco Rodrigues dos Santos foi buscar Joacine Katar Moreira, candidata eleita pelo Livre, mas que se desvinculou do partido.

"Olhei para si e vi a Joacine Katar Moreira. A história estuda-se, tal como aconteceu, qual é o próximo passo? Vamos destruir monumentos? Vamos condenar a padeira de Aljubarrota por ter agredido os espanhóis?", questionou.

O candidato do Livre, na resposta, recuou à telescola, quando duas professores utilizaram um vídeo de Rui Tavares a explicar a Exposição do Mundo Português, que mereceu várias críticas dos centristas, principalmente do eurodeputado Nuno Melo.

"Falar em cultura de cancelamento quando perseguiram duas professoras da telescola por fazerem divulgação livre com um historiador que, por acaso, era do livre?", ironizou.

No final, Francisco Rodrigues dos Santos garantiu que o CDS é a "direita forte" e "não adere ao fanatismo populista do Chega", quando questionado sobre uma solução de Governo idêntica à dos Açores.

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