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O atual vereador da Câmara de Lisboa e crítico da direção de Francisco Rodrigues dos Santos, João Gonçalves Pereira, garante que soube pela comunicação social que fica de fora das listas à autarquia da capital. Sobre a decisão do CDS, diz apenas que a "ação fala por si" e promete uma resposta para depois das autárquicas, "preferencialmente em congresso".
Em causa está a escolha de Filipe Anacoreta Correia para número dois da lista liderada por Carlos Moedas, deixando de fora o atual vereador. A opção da direção nacional está a ser vista como um ajuste de contas, tendo em conta que João Gonçalves Pereira é um dos críticos mais ativos a Francisco Rodrigues dos Santos.
Numa publicação no Facebook, o atual vereador nota que foi uma "opção exclusiva da atual direção", contra os órgãos distritais e concelhios, que aprovaram o seu nome para a coligação entre o PSD e o CDS. "Creio que a ação fala por si", atira.
E continua: "Sobre as consequências das suas ações, falarei publicamente somente após as eleições locais. E, preferencialmente, em congresso". O centrista diz estar "de consciência tranquila da disponibilidade e da entrega ao partido que sempre existiu, desde 1995".

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João Gonçalves Pereira apela à união em torno de uma candidatura que, "em setembro, tem todas as condições para finalmente vencer", garantindo que nada fará "para prejudicar as possibilidades dos que se apresentam como alternativa".
O vereador lisboeta, que foi eleito na lista de Assunção Cristas, em 2016, nota que "serviu a cidade com centenas de propostas - que em muitos casos foram aprovadas e que melhoram concretamente a vida dos lisboetas - e também num atento escrutínio da gestão socialista dos Presidentes António Costa e Fernando Medina".
Gonçalves Pereira escreve ainda que "servir a cidade" onde cresceu e crescem os filhos, foi "o maior desafio da sua vida política", assumindo que estará "sempre grato ao CDS por o ter proporcionado".
Por último, o centrista agradece "todas as palavras que recebeu de muitos militantes, dirigentes, lisboetas independentes, funcionários municipais e até de militantes de outros partidos".
Na quinta-feira, Adolfo Mesquita Nunes defendeu que a direção do CDS está a sanear "alguns dos melhores" nomes do partido. "Num partido que valoriza o mérito, veta-se um nome essencial para o papel que o CDS tem hoje em Lisboa: o Vereador que mais se opôs e mais propôs", disse.
O antigo chefe de gabinete de Paulo Portas, José Bourbon Ribeiro, demitiu-se da distrital de Lisboa, criticando o que considera ser um ajuste de contas inexplicável, tendo recebido o apoio do líder parlamentar Telmo Correia.
O eurodeputado Nuno Melo, João Seabra Duque, da distrital de Lisboa, e até a própria candidata do CDS à Assembleia Municipal de Lisboa, Isabel Galriça Neto, deixaram também críticas ao partido e à liderança de Francisco Rodrigues dos Santos.

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