Deputados aprovam audição de ministro da Defesa, CEMGFA e CEME

Em causa estão as suspeitas de tráfico de diamantes, droga e ouro que envolvem militares portugueses.

Os deputados da Comissão de Defesa aprovaram por unanimidade os dois requerimentos apresentados pelo PSD e pelo Bloco de Esquerda para a audição urgente do ministro João Gomes Cravinho sobre as suspeitas de tráfico de diamantes, droga e ouro envolvendo militares portugueses.

A audição do ministro da Defesa, mas também dos Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e do Chefe do Estado-Maior do Exército, vai acontecer em simultâneo e foi marcada para sexta-feira às 14h30. A audição vai decorrer à porta aberta.

Na reunião desta tarde da Comissão, o PS fez saber que "não subscreve os argumentos apresentados pelo Bloco de Esquerda", o mesmo acontecendo com os deputados do PSD. Ainda assim, todos os grupos parlamentares deram luz verde aos pedidos.

O pedido social-democrata pretende que João Gomes Cravinho "preste os devidos esclarecimentos sobre as falhas de comunicação entre as referidas entidades que integram os órgãos de política de Defesa Nacional". Já o Bloco de Esquerda pretende as audições urgentes do CEME, do CEMGFA e do ministro da Defesa "relativamente às suspeitas da existência de uma rede criminosa de militares portugueses destacados na República Centro-Africana ao serviço da Organização das Nações Unidas (ONU)".

A Polícia Judiciária (PJ) confirmou a 8 de novembro a execução de 100 mandados de busca e 10 detenções, incluindo de militares e antigos militares, no âmbito da Operação Miríade, na sequência de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais e que "se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas".

Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou, há uma semana, que alguns militares e portugueses em missões na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como "correios" no tráfego de diamantes, adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.

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