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O PSD, pelo vice-presidente Miguel Pinto Luz, desafia o primeiro-ministro a vir a público para explicar o caso da indemnização de meio milhão de euros paga pela TAP à atual secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis.
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Em declarações à TSF, o social-democrata notou que Costa "não pode constantemente esconder-se atrás de outros ministros, atrás de procedimentos regimentais na Assembleia da República e de uma maioria absoluta que confunde, tantas vezes, com poder absoluto", pelo que deve prestar esclarecimentos.
"Tem de vir ele." PSD quer ouvir explicações de Costa.
"Tem de vir ele, é o líder deste Governo, ele é que é o líder deste empobrecimento permanente dos portugueses, ele é o líder deste desgoverno", assevera Pinto Luz, antes de explica o que quer saber da parte do primeiro-ministro: "Temos de pedir ao primeiro-ministro que esclareça como é que uma administradora passa pela TAP privada, passa para a TAP pública, depois é premiada com a presidência da NAV, pelo meio ainda recebe meio milhão de euros de indemnização e depois vem tutelar a privatização da própria TAP."
Para o PSD, todo o processo "está ferido do ponto de vista ético, moral e democrático", pelo que Costa "tem de vir prestar declarações ou agir em conformidade e tirar as ilações políticas desta situação".
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Apesar das explicações que, na ótica do PSD, ainda estão por dar, Pinto Luz sustenta que esta polémica "coloca a nu um conjunto de situações extremamente revoltantes e graves em democracia", nomeadamente "que a TAP mentiu na sua comunicação à CMVM e sabemos hoje que a então administradora Alexandra Reis não renunciou ao cargo, mas sim chegou a um acordo".
Pinto Luz destaca o que fica exposto por esta polémica.
O PSD alega também que bastaria a Medina e Pedro Nuno Santos "terem falado com a sua colega de Governo" e que nenhum dos ministros tem conhecimento "do que se passa na gestão quotidiana da TAP".
Alexandra Reis, atual secretária de Estado do Tesouro, disse hoje que nunca aceitou, e que devolveria "de imediato" caso lhe tivesse sido paga, qualquer quantia que acreditasse não estar no "estrito cumprimento da lei" na sua saída da TAP.
Numa declaração escrita enviada à Lusa, Alexandra Reis disse que o acordo de cessação de funções "como administradora das empresas do universo TAP" e a revogação do seu "contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela TAP, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais".
Alexandra Reis, que tomou posse como secretária de Estado do Tesouro na última remodelação do Governo, ingressou na TAP em setembro de 2017 e três anos depois foi nomeada administradora da companhia aérea.
A agora governante renunciou ao cargo em fevereiro e, em junho, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).