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O líder do PSD, Rui Rio, defendeu esta terça-feira que a proposta de Augusto Santos Silva para presidente da Assembleia da República "tem lógica" perante o currículo do agora ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.
"Pode ser um bom como um mau presidente. À partida não vamos dizer que é uma escolha sem lógica nenhuma. Tem lógica, claro, tem currículo", notou o presidente social-democrata em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República.
Instado a comentar o elenco do novo Governo, Rio recusou apreciar o executivo antes deste "estar em funções", mas realçou "o traço dominante do aparelho partidário, muito forte naquilo que são as pastas políticas".
Para Rio, a escolha do ministro da Cultura é "polémica" porque o escolhido, Pedro Adão e Silva, "impôs-se na vida pública fundamentalmente através de comentários permanentemente a defender o Governo como se de um comentador independente se tratasse".
"Está mais do que claro, já estava antes, que não era independente, era ligado ao PS", asseverou Rio. Questionado sobre a escolha de Fernando Medina para as Finanças, pediu que se aguarde "pelo desempenho do ministro".
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Sobre o futuro, sem revelar se vai indicar-se para integrar o Conselho de Estado - e remetendo essa decisão para "outra altura" - Rio foi interpelado sobre o anúncio da candidatura de Luís Montenegro à liderança do PSD, mas esquivou-se.
"Não vou fazer nenhum comentário, nem a esse candidato, nem a qualquer outro candidato que possa aparecer, como é evidente. Obviamente, vou manter-me afastado disso, como é lógico. Era o que faltava estar agora a comentar candidatos e a intervir em eleições para o meu sucessor", explicou Rui Rio, escusando-se também a comentar quaisquer outras eventuais candidaturas.
"Não espero nem deixo de esperar [por mais candidatos]. É como o partido quiser e como as pessoas entenderem, está sempre tudo bem", gracejou.
O assunto da escolha de Paulo Mota Pinto para líder parlamentar também passou pelos corredores do Parlamento, com Rio a negar que o nome escolhido possa ser uma provocação: "Porque é que havia de ser? Por se chamar Paulo? Há sempre quem possa aplaudir e quem possa achar isto ou aquilo."
O líder social-democrata defende que Mota Pinto é "uma pessoa competente, com estatuto académico e com estatuto social superior", algo que diz ter sido "sempre" a sua preocupação ao indicar pessoas. Mas, ressalvou, "os deputados é que vão eleger".
Sobre se este deve colocar o lugar à disposição aquando das eleições no PSD - e consequente escolha do sucessor de Rio - é algo que "se deve perguntar a Paulo Mota Pinto". Questionado sobre se pensou assumir o cargo de líder parlamentar, Rio afastou a hipótese: "Está fora de causa."
O atual presidente do PSD, que ocupa o cargo desde janeiro de 2018, já anunciou que deixará a liderança do partido depois da derrota nas legislativas de 30 de janeiro. As eleições diretas para escolher o seu sucessor foram marcadas em Conselho Nacional para 28 de maio e o Congresso vai realizar-se entre 01 e 03 de julho, no Porto.