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O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, revelou que Portugal estará alinhado com a União Europeia para as novas sanções à Rússia que abranjam o petróleo, depois das apresentadas na última semana que englobavam o carvão.
"Sabemos que este não é o fim da história. Terá de haver uma intensificação das sanções nas próximas semanas. Sabemos que essa intensificação passará pelo petróleo e Portugal está alinhado com esse movimento", disse o ministro à entrada da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.
Ouça as declarações de João Gomes Cravinho.
"Há unanimidade no sentido de se considerar que é necessário intensificar as sanções para obrigar a Rússia a refrear o seu caminho. O que acontece, no entanto, é que o impacto das sanções é assimétrico. Não é igual em Portugal e na Eslováquia. Portanto, essas assimetrias têm de ser tidas em conta. Nós somos um conjunto de países solidário e, temos de ter isso em conta quando desenhamos o pacote de sanções", explica João Gomes Cravinho.
O ministro assume que não existe uma meta definida, mas as novas sanções vão ser trabalhadas "todos os dias" nas próximas semanas e que o mais provável é haver um embargo ao petróleo russo, ainda que "as modalidades técnicas estão a ser discutidas".
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Portugal vai retomar presença diplomática em Kiev
Gomes Cravinho garantiu ainda que Portugal retomará as atividades diplomáticas em Kiev "logo que haja condições para isso" e mantém apoio militar à Ucrânia. "Portugal tomou a decisão de pedir o regresso do embaixador e da embaixada a Kiev logo que houver condições", revelou.
O ministro considerou que se trata de "um sinal político muito importante" e que "tinha sido pedido pelo presidente [ucraniano, Volodymyr] Zelensky e também pelo Alto Representante [da UE, Josep] Borrell, na sequência da visita que ele e a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, fizeram na passada sexta-feira a Kiev".
"E, portanto, iremos retomar atividades em Kiev logo que haja condições para isso, espera-se que para breve", disse.
Ouça a reportagem de João Francisco Guerreiro.
Questionado sobre se tal se produzirá então dentro de dias ou semanas, o chefe da diplomacia respondeu que "mais provavelmente semanas, porque primeiro está em curso por parte de vários países, e pela própria EU, uma análise da situação de segurança".
"Mas logo que houver condições, esperemos que seja para breve, a nossa embaixada regressará a estar plenamente funções em Kiev", reforçou.
Este anúncio ocorre depois de, na passada sexta-feira, em Kiev, o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança ter anunciado o regresso do embaixador da União Europeia à capital ucraniana, para que o bloco europeu e a Ucrânia possam "trabalhar juntos de forma ainda mais direta e estreita".