Eurogrupo quer novas taxas nas multinacionais tecnológicas e na importação de produtos poluentes

João Leão revela que está em cima da mesa a introdução de impostos para as empresas tecnológicas e importações poluentes. Objetivo é financiar fundos europeus.

O Eurogrupo reuniu-se esta sexta-feira em Berlim para discutir o plano de recuperação dos países da União Europeia (UE). João Leão revelou que os ministros das Finanças da Zona Euro discutiram a introdução de "novos impostos justos e ambientalmente favoráveis" para financiar os recursos comuns da UE.

O ministro português das Finanças admite taxas na importação de produtos poluentes e também sobre as multinacionais digitais tecnológicas.

Em maço do ano passado, o Eurogrupo chumbou o que ficou conhecido como o "imposto Google". O objetivo era aplicar uma taxa de 3% sobre as receitas das empresas como o Facebook e a Google, nas áreas da publicidade e da venda de dados privados.

Na altura, o então secretário de Estado Adjunto e das Finanças portugês falou numa "oportunidade perdida". Ricardo Mourinho Félix explicou que 2019 era o momento certo para mostrar união no seio da organização europeia, criando um imposto sobre os serviços digitais a nível europeu. Agora, com a crise provocada pela Covid-19, a questão volta a estar em cima da mesa.

O Eurogrupo centra-se na recuperação da economia no ano de 2020 e 2021, com especial incidência na questão do emprego.

A Europa assistiu à queda acentuada do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. Ainda assim, João Leão aponta à segunda fase da recuperação económica. "A economia tem estado a recuperar, com a ajuda da indústria e de outros setores. Porém, a recuperação é incerta, tendo em conta o contexto da pandemia."

"Vai ser fundamental o fundo de recuperação europeu. Entendemos que a prioridade deve ser a recuperação económica e financiar a transição digital e ambiental, garantindo o aumento da produtividade das economias e criando mais e melhores empregos", aponta.

"Europa está unida no combate à crise"

O governante garante que a Europa recuperou a confiança face a março e abril, e lembra que os mercados financeiros estão a confiar nas dívidas públicas dos Estados-membros. "A Europa está unida no combate à crise", afirma.

João Leão revelou ainda que foram dados "importantes passos" para a criação de uma união bancária a nível europeu. Reforma extremamente importante para um seguro de depósitos europeus, com o objetivo de auxiliar os países em futuras crises financeiras.

A data para que o financiamento europeu dê entrada nos cofres portugueses ainda não está definida. O Governo está, no entanto, a preparar o plano de recuperação para que o montante fique disponível "o mais rápido possível". Ainda assim, João Leão recorda que o programa tem de ser discutido na Assmbleia da República.

Questionado quanto ao salário mínimo, João Leão diz que o aumento tem de ser "equilibrado", para permitir que as empresas adotem a medida em tempo de crise.

O ministro das Finanças garante ainda que o sucesso de Portugal nos últimos anos tem sido salientado pelos parceiros europeus. "Portugal conseguiu que a economia crescesse acima da média europeia, com um aumento do emprego. Isto com finanças públicas equilibradas. É um resultado notável", lembra.

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