"Expectativas razoavelmente cumpridas." Ministro do Ambiente satisfeito com COP26

João Pedro Matos Fernandes não fica surpreendido com o facto de não ter sido alcançado o objetivo de limitar o aquecimento global.

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, sai satisfeito com o Pacto de Glasgow e lembra que os países estão a fazer um caminho importante.

"Em primeiro lugar há acordo e isso é, obviamente, uma boa notícia porque estamos a falar de um Acordo de Paris que é multilateral, obrigado à unanimidade para poder haver acordo e há acordo. Nesse sentido foram razoavelmente cumpridas as expectativas daquela que foi a COP mais importante depois de Paris. Estamos claramente no caminho do um grau e meio, uma meta bem definida em que até 2030 temos de reduzir em 45% as emissões quando comparado com o ano 2010", explicou à TSF João Pedro Matos Fernandes.

O ministro não fica surpreendido com o facto de não ter sido alcançado o objetivo de limitar o aquecimento global.

"Não era de esperar tal. Saímos de Paris com 3,1 graus. O objetivo de um 1,5, mas a saber que o somatório de todas as partes era 3,1 graus. Imaginar que passados cinco anos iríamos de 3,1 para 1,5 graus era absolutamente ilusório. Há três anos, na COP, simplesmente para podermos concluir que tomámos conhecimento do relatório das Nações Unidas foi o cabo dos trabalhos e é óbvio que muitos quisemos ser mais objetivos e concretos do que isso", afirmou o ministro do Ambiente.

Quanto ao financiamento, João Pedro Matos Fernandes considerou que se está no caminho dos apoios de 100 mil milhões prometidos e disse que esse vai ser o grande tema da próxima cimeira, no Egito, porque se os países ricos não conseguirem este valor os países em vias de desenvolvimento vão ter boas razões para se queixar.

"E uma coisa que eu considero muito importante e que nos batemos desde o primeiro dia, é que o dinheiro para a adaptação duplica", já com verbas para perdas e danos do passado, disse ainda o ministro do Ambiente, concluindo que "as partes estiveram à altura do compromisso".

E acrescentou: "Não saímos daqui certamente com 1,5ºC assegurados (...) mas com um caminho para o 1,5ºC muito bem desenhado e a fortíssima expectativa é que cinco anos depois de Glasgow, ou 10 anos depois de Paris, o somatório das NDC então já correspondam a 1,5ºC".

A 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26) decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de Covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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