- Comentar
O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, desafiou os vários representantes políticos a estimular a participação dos jovens na política, de modo a responder aos "desafios estratégicos de médio e longo prazo".
Relacionados
"Um futuro que deve convocar-nos a todos e, em particular, aos mais jovens, cuja voz nem sempre é suficientemente audível no espaço público. Muitos jovens parecem mostrar-se menos inclinados, do que os seus pais e avós, para a participação política menos convencional. Esta participação convencional dos mais jovens deve ser estimulada pelos representantes políticos e dos governantes", justificou.
Para Ferro, o futuro de Abril não se faz sem os jovens, "cujo inconformismo é fundamental".

Leia também:
"Só posso partilhar da mesma irritação do Presidente." Conheça todos os nomes do novo Governo
"As comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril acontecem num clima de grande incerteza mundial com a pandemia de Covid-19 e a guerra. Não adiro à ideia de crise virtuosa, vista sobretudo como oportunidade, embora também o possa ser. Estas crises configuram para muitos milhões de pessoas momentos dificílimos de luta pela sobrevivência", lembrou o presidente da Assembleia da República.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Neste ambiente de comemorações do 25 de Abril, Ferro não esquece a guerra na Ucrânia e faz a ponte entre os dois momentos históricos.
"A tortura do sono e da estátua, a censura aos órgãos de comunicação social, a divulgação de verdades únicas que eram mentiras demorou demasiado tempo. Apercebemo-nos do tempo desmesurado, impiedoso e mesquinho da ditadura de 48 anos. Hoje, esta guerra bárbara na Europa recorda-nos a manipulação da verdade enquanto se mata e destrói num país", recordou.
Para o presidente da Assembleia da República, celebrar Abril e a democracia "é um motivo de grande regozijo".
"Portugal e os portugueses, a partir de agora, viverão mais tempo em democracia do que em ditadura. É um dia simbólico em que deixamos para trás um défice. Completa amanhã 60 anos a crise académica de 1962: a revolta de milhares de estudantes contra o regime de Salazar que foi duramente reprimida pela ditadura", acrescentou Ferro Rodrigues.