"Foi escusado aquele ruído." Siza Vieira estranha acusações do Governo ao setor da distribuição

O antigo ministro da Economia considera que se o plano era negociar o IVA zero em produtos essenciais, o Governo não devia ter andado a "apontar culpas".

Pedro Siza Vieira considera que é possível que o Governo e os setores da produção e da distribuição alcançarem "um entendimento que vise a estabilização dos preços ao consumidor", mas considera "inútil" o ruído criado nas últimas semanas, como explicou no programa Bloco Central da TSF, onde é comentador.

"Se conseguirmos estabilizar o preço dos bens e começarmos a comparar os preços dos bens, nos próximos meses, com aqueles no mês homólogo do ano anterior, isso vai significar uma redução grande da inflação sobre os preços dos produtos alimentares. Inevitavelmente, ou seja, já não vamos estar a ver saltos de 20% porque já vamos estar a comparar com valores que já eram, eles próprios, mais elevados. Isto porque reduzir a inflação não é baixar o preço, é o preço crescer menos. Só acho que era foi escusado aquele ruído, se o caminho possível era este."

As palavras do antigo governante surgem no dia em que o executivo anunciou que pretende negociar, com os setores da produção e da distribuição, o IVA zero para um cabaz de produtos essenciais.

"Acho que isto é possível se for bem trabalhado e bem pensado. Só me faz pensar que estando isto a ser concebido, perturbar a discussão da opinião pública a semana passada ao começar a tentar apontar culpas para estes ou para aqueles, só veio perturbar um ambiente que vai ter de ser reconstituído para se conseguir fechar este acordo," afirma, na TSF, Pedro Siza Vieira, numa referência às críticas de "comportamento dissonante" que o atual ministro da Economia ter apontado ao setor da distribuição.

Siza Vieira considera que a imagem de "um governo em guerra com alguns setores foi um bocadito inútil porque, afinal de contas, vai ser necessário contar com todos esses setores para se conseguir fazer esta estabilização dos preços dos bens alimentares".

O antigo ministro considera que "se isso for feito vai ter um impacto muito positivo sobre a inflação."

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