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Não quer assumir-se como o líder de um partido de um homem só e garante que "há espaço para críticas" internas, mas André Ventura chegou, esta sexta-feira, à 5.ª Convenção Nacional do Chega a afirmar-se como o presidente que completou "há uma semana" apenas 40 anos e que promete ser o único a conduzir a força política à liderança da oposição.
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"Sangue suor e lágrimas", eis a promessa de Ventura aos militantes do partido, para atingir o objetivo de ultrapassar o PSD nas próximas eleições e tornar-se, verdadeiramente, a maior voz da oposição em Portugal.
Entrando no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém, perante aplausos e gritos de apoio, Ventura expôs a curva de crescimento do partido e os resultados apontados pelas últimas sondagens, notando que se consegue 15% da votação, também pode "chegar aos 20%" e, se assim for, também será possível obter "30%" - e, nessa altura, ocupar o lugar que hoje pertence ao PSD.
"Nunca nenhum partido cresceu tanto em tão pouco tempo como este", destacou André Ventura, levantando, como grande bandeira do partido, a luta contra a corrupção, mencionando as sucessivas polémicas recentes envolvendo governantes, desde a TAP, à derrapagem nas obras do antigo Hospital Militar, passando pela alegada intervenção de António Costa na banca e pelo custo do palco para a Jornada Mundial da Juventude - mas também as repreensões do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que garante usar como "medalhas".
"Não vos posso prometer que vamos vencer as legislativas, mas que vamos lutar para lá chegar", declarou. Nos momentos piores, o responsável será sempre o presidente do partido. Mas lutaremos para liderar a oposição em Portugal", acrescenta.
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Ainda antes disso, Ventura traça metas para as próximas eleições da Madeira e dos Açores, e para as eleições europeias onde espera - "o melhor resultado da História do Chega".
Mas, para isso, pede a união do partido, que, sublinha, não pode estar "entretido em lutas de bastidores ou golpes para derrubar o presidente". Abordando diretamente as críticas à ausência de opositores nesta convenção, André Ventura recorda que foram abertas eleições no partido para que os opositores do partido pudessem "vir a jogo" e mostrar os projetos que tinham para o Chega.
"Quem não está cá, quem não se candidatou, não é por nenhuma regra de secretaria. É porque não tem força política", referiu, numa clara alusão à saída de Nuno Afonso, o segundo militante do Chega, que anunciou, esta sexta-feira, que abandonará a força política, depois de se ter incompatibilizado com André Ventura.
Apesar de constatar que nenhum líder é para sempre e que não ficará para sempre na direção do partido, Ventura frisa que acaba de completar, há uma semana, apenas 40 anos - para ouvir, de seguida, um coro de "Parabéns a Você", cantado pelos delegados presentes.
E está dado o mote para pedir aos militantes que renovem a confiança na sua liderança, voltando a elegê-lo como presidente, nesta convenção.
"Temos de estar preparados para governar", declara Ventura. "Um dia teremos a força de ganharmos este país. É para isso que me candidato."