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Marcelo Rebelo de Sousa cruzou-se com trabalhadores da Groundforce, depois da tomada de posse, e da viagem rumo ao Norte. Na Maia, o Presidente da República ouviu os lamentos dos trabalhadores da empresa que estiveram três meses sem salários, e garantiu que o Governo está a trabalhar numa solução.
O chefe de Estado explicou aos trabalhadores que se manifestam no Aeroporto Francisco Sá Carneiro que tem conversado com o primeiro-ministro sobre o caso, reforçando que é testemunha do empenho do Governo. "O Governo compreende a vossa situação pessoal e familiar. Todo o país está em crise, mas no vosso caso a situação é penosa e complicada", admitiu, justificando com a paralisação do setor aéreo.
O Presidente da República lembrou que há novos contornos sobre os administradores, que obrigam a novas soluções. "Eu sou testemunha que se tem atuado. Vamos sabendo coisas que não se sabiam. Obriga a reajustar os planos em função do que se vai sabendo", lamentou.

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Marcelo Rebelo de Sousa lembrou, ainda assim, que estes processos demoram tempo, adiantando que se reuniu com o presidente da TAP, na segunda-feira, para discutir o assunto.
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Mais de duas centenas de trabalhadores da Groundforce manifestaram-se esta terça-feira para denunciar a situação "extremamente grave" que vivem e pedir ajuda ao Governo para salvar a empresa de "handling".
Segundo fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, as negociações, que já se arrastavam há vários dias, falharam, porque Alfredo Casimiro, dono da Pasogal, não pode entregar as ações como garantia para o empréstimo, uma vez que já se encontram penhoradas.
A TAP é também acionista da Groundforce, com 49,9% do capital, e o principal cliente da empresa. Desde novembro tem vindo a fazer adiantamentos à Groundforce, que teve uma grande quebra de receitas devido ao impacto da pandemia no setor da aviação.
Na quinta-feira, em conferência de imprensa, o ministro das Infraestruturas disse que o empréstimo bancário à Groundforce será dado com aval do Estado, realçando que as exigências para o financiamento aguardado serão "as mesmas" que as impostas para o adiantamento pela TAP.

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