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O primeiro-ministro mostrou-se esta quarta-feira disponível para rever os salários dos trabalhadores da função pública, referindo que a inflação em 2022 foi superior à que o Governo tinha inicialmente previsto.
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"Porque verificamos que há uma alteração dos pressupostos com base nos quais foram assinados os acordos com a função pública, [estamos disponíveis] para falar com os sindicatos em matéria de rendimento dos trabalhadores da função pública", declarou António Costa no debate sobre política geral, no parlamento, em resposta aos PCP.
O líder do executivo salientou que, quando foram assinados os acordos relativos aos salários da função pública, previa-se que a inflação fosse de 7,4% em 2022.

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"Sabemos que a inflação final de 2022 foi de 7,8% e, portanto, temos disponibilidade para haver uma revisão, tendo em conta aquilo que é a alteração no que diz respeito aos salários", reforçou.
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Na mesma resposta, o primeiro-ministro admitiu que o problema com o aumento dos preços "é central" e assinalou que o Governo "adotou um conjunto de medidas de apoio às famílias", como na energia, "com resultados inegáveis".
O primeiro-ministro lembra que a realidade atual "é muito grave" no aumento dos preços da cadeia alimentar, "com um trabalho discreto com os agentes da cadeia alimentar".
Ouça a reportagem de Judith Menezes e Sousa.
Costa diz que "o objetivo comum" é pela "redução dos preços", tendo em conta que estão acima da média.
O primeiro-ministro anunciou ainda que, no âmbito de políticas do seu Governo para responder ao aumento da inflação, o seu executivo vai também anunciar um "tipo de medidas de apoio a famílias mais vulneráveis".
António Costa garantiu que o seu Governo vai trabalhar para que, "na próxima semana", essas medidas estejam concluídas.
"Aguardamos que, no final desta semana, seja confirmado aquilo que é o resultado da execução orçamental do ano passado para podermos adotar [estes] dois tipos de medidas", disse.
António Costa fez estes anúncios depois de interpelado pela líder parlamentar do PCP, Paula Santos, que quis saber se, perante o agravamento da condições económicas e sociais, o Governo "vai manter a opção de continuar a recusar as soluções que são necessárias para evitar o empobrecimento de quem vive do seu trabalho e de quem trabalhou uma vida inteira".
"A questão está em saber se o Governo vai deixar incólumes os interesses dos grupos económicos e os sues lucros ou se, de uma vez por todas, vai adotar soluções que se exigem e definir preços máximos para os bens alimentares e demais bens essenciais?", questionou.
A líder parlamentar do PCP rejeitou que a fixação de preços se traduzisse em "prateleiras vazias", recordando que, durante a pandemia, o Governo estabeleceu um preço máximo para as máscaras sanitárias.
"Escusa de enganar o povo para justificar o compromisso do Governo com a salvaguarda dos interesses dos grupos económicos, mesmo que para isso sacrifique salários e pensões ou faça regressar a fome", disse.