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Luís Montenegro afastou, este domingo, a possibilidade do PSD apoiar um referendo à regionalização em 2024, como defende o primeiro-ministro, António Costa. Na manhã desta segunda-feira, em declarações à TSF, sublinhando que fala a título pessoal, Hélder Sousa Silva, o autarca de Mafra, diz que acompanha as prioridades definidas pelo líder social-democrata.
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"Aquilo que entendi é que a prioridade dele [Montenegro], neste momento, é para a descentralização, questão económica e questão social, que se vai agravar consideravelmente a partir das férias do verão a até ao final do ano pelo aumento de preços dos bens de consumo e materiais de que o país precisa para o seu desenvolvimento", refere Sousa Silva, o presidente dos autarcas do PSD.
Autarca de Mafra fala de "uma trapalhada do Governo" sobre a descentralização
O autarca de Mafra reforça que entendeu do discurso de Montenegro no 40.º Congresso dos sociais-democratas, que "à regionalização não vai ser dada prioridade e, por isso mesmo, não venha o Governo já, novamente, com mais uma bandeira e uma acha para a fogueira, querendo dividir os portugueses".
Hélder Sousa Silva garante que apoia "totalmente as declarações do novo líder do PSD", porque, há cerca de três anos, que "os autarcas social-democratas vêm denunciando a grande trapalhada que o Governo tem feito no que diz respeito ao processo de descentralização", fundamenta.
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Ricardo Rio, em declarações à TSF, confessou que foi apanhado de surpresa pelo timing escolhido para a decisão de Luís Montenegro, mas pela posição do líder social-democrata, "nem tanto".
Ricardo Rio confessa a surpresa no timing de tomada de decisão de Ricardo Rio
O autarca bracarense diz que o líder do partido "tem legitimidade" para decidir. No entanto, lembra que tentou uma "auscultação interna" no PSD antes de tornar pública a escolha.
Isilda Gomes refere que "olha com preocupação" para o afastamento dos sociais-democratas do apoio ao referendo à regionalização. A presidente dos autarcas do PS e presidente da Câmara de Portimão ainda acredita num "debate" entre "colegas autarcas" e numa mudança de opinião de Luís Montenegro.
Ouça as declarações de Isilda Gomes, autarca de Portimão
Este domingo, Luís Montenegro considerou que um referendo sobre a regionalização em 2024, com a atual situação, será "uma irresponsabilidade, uma precipitação e um erro", avisando que se o Governo decidir avançar será sozinho.
No encerramento do 40.º Congresso do PSD, Luís Montenegro começou por criticar "o logro" que tem sido o processo de descentralização, cuja "responsabilidade é exclusivamente do Governo".
Pegando nas palavras de Carlos Moedas, Montenegro argumentou que as autarquias não são "tarefeiros" do poder central e desafiou: "Mais vale assumir que andam a enganar toda a gente."
Quanto a um eventual referendo sobre a regionalização que o Governo prometeu para 2024, o novo presidente do PSD considerou que "não é adequado" devido à grave situação internacional e às consequências económicas e sociais muito sérias estão a atingir os portugueses.