- Comentar
No comício da CDU desta segunda-feira à noite, em vésperas de arranque oficial da campanha às autárquicas, no salão de festas dos Bombeiros da Amadora, o secretário-geral do PCP avançou que é já esta semana que os comunistas apresentam na Assembleia da República as propostas anunciadas para a redução dos preços da energia e dos combustíveis. Jerónimo de Sousa criticou a política de habitação do PS e também aquilo que a chama política de abandono dos setores produtivos. Diz que o país precisa de uma política para valorização da produção nacional e do emprego, sublinhando que a Amadora é um exemplo desse abandono.
"A situação que se vive é demonstrativa de quanto negativa foi a política de abandono dos setores produtivos, que esvaziaram a Amadora de empresas importantes como a Sorefame e a Cometna e hoje, quem aqui vive precisa de se deslocar quilómetros e perder horas em transportes", afirma.
Sem poupar críticas à inércia socialista e à falta de energia para uma política alternativa no setor energético, Jerónimo de Sousa garantiu que as propostas do PCP para a redução dos preços da energia e dos combustíveis vão seguir para a Assembleia já esta semana.
"Para o PCP, o que se impõe é a continuação da sua descida, nomeadamente da tarifa regulada, e os governos têm instrumento para fazê-lo", diz. As propostas vão abranger a eletricidade, o gás de botija e os combustíveis.
As críticas aos socialistas alojaram-se também na questão da habitação. A Amadora é também exemplo de um concelho em que não está garantido o direito à habitação e Jerónimo de Sousa faz exigências neste setor, que poderá ouvir no áudio que anexamos a este texto.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
A nova geração de políticas de habitação do PS está longe de corresponder à solução necessária, diz Jerónimo de Sousa. O PCP não quer designações atrativas, quer mais. "O PS com o beneplácito de PSD e CDS, continuam, por opção ou por convicção, a adiar o que deveria ser feito, revogar da lei dos despejos, assegurar estabilidade no arrendamento e garantir as rendas compatíveis com os rendimentos disponíveis dos trabalhadores, como vamos sistematicamente propondo." Exigências dos comunistas na Amadora, concelho que foi CDU durante 18 anos, mas virou para o PS em 1997.
Ainda antes de Jerónimo de Sousa, discursou o candidato à Câmara Municipal, António Borges, que se bateu pela falta de médicos e de enfermeiros de família, apelando ainda ao reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), "com a construção de centros de saúde, alargamento de horários de atendimento, incluindo ao fim de semana", bem como a construção de um novo hospital em Sintra, de modo a retirar a pressão do hospital Fernando Fonseca.
A habitação também fez parte das suas bandeiras, acusando a atual gestão socialista de "falta de visão e estratégia" neste setor, passando também pela cultura e pelo desporto, áreas em que a gestão socialista, alegadamente, não aposta, lembrando que "o atual executivo prefere manter 102 milhões de euros à ordem". Por um valor bem mais reduzido, de acordo com António Borges, a autarquia podia adquirir os terrenos do Estrela da Amadora e criar a cidade desportiva da Reboleira.