IL admite votar a favor de cabaz com IVA zero mas pede demissão da ministra da Agricultura

Rui Rocha considera, apesar de tudo, que a medida anunciada pelo Governo não vai resolver o problema dos portugueses e acusa a ministra Maria do Céu Antunes de ter estado ausente de todo o processo.

A Iniciativa Liberal (IL) revela que não deverá opor-se à proposta do Governo para o cabaz com alimentos com IVA zero, quando ela for votada na Assembleia da República, mas considera que não passa de uma forma de o Governo "gerir a agenda política".

Esta terça-feira, durante uma visita à Sagal Expo - Feira de Exportação dos Sabores de Portugal, em Lisboa, Rui Rocha afirmou ter confiança na boa-fé dos distribuidores, mas disse não acreditar, apesar de tudo, que o cabaz revelado, na última segunda-feira pelo primeiro-ministro, vá resolver o problema. Para a Iniciativa Liberal, seria necessário aplicar o IVA zero a todos os alimentos, não apenas a um cabaz, e a medida deveria ser acompanhada pela redução dos impostos sobre os rendimentos.

"Tudo isto faz parte de uma campanha que vai ter um impacto reduzido e que tem a ver, de facto, com a agenda política do Governo, que lança estas medidas para gerir a agenda política do país", atirou o líder da IL.

"Se isto vai contribuir para resolver problemas estruturais do país? Obviamente não vai", declarou. "Não é uma medida destas, por si só - com um alcance tão limitado e com esta visão burocrática das questões, e até dirigista -, que vai resolver problemas essenciais dos portugueses."

Rui Rocha acusa ainda a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, de incompetência, durante o processo de definição do cabaz com IVA zero. A Iniciativa Liberal pede, por isso, a demissão da governante.

"A ministra da Agricultura não foi chamada, sequer, a definir os produtos que estão no cabaz. Teve de ser o gabinete do primeiro-ministro, o secretário de Estado, a fazer o elenco dos 44 produtos", notou o presidente da IL, sublinhando a "ausência total" de Maria do Céu Antunes no processo.

"Estamos, neste momento, a tratar das candidaturas ao PEPAC [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum], é um momento em que não deve haver alteração da liderança na Agricultura, mas atrevo-me a dizer que esta ministra não deve passar do verão, porque, nessa altura, as candidaturas estarão todas tratadas", declara Rui Rocha, acrescentando que também no que toda à "passagem das direções regionais da Agricultura para as CCDR [Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional]" a governante foi "desautorizada".

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