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A Iniciativa Liberal afirmou, este domingo, que face aos desenvolvimentos das últimas semanas não há "quaisquer condições" para manter Vítor Fernandes como o homem escolhido pelo Governo à frente do recém-criado Banco de Fomento. Tem sido apontado ao antigo administrador do Novo Banco um alegado favorecimento de Luís Filipe Vieira na dívida de 54 milhões de euros na Imosteps.
O partido lembra, em comunicado, que "Vítor Fernandes, acompanhando Armando Vara e Carlos Santos Ferreira, foi indicado pela Caixa Geral de Depósitos como Administrador do BCP no contexto da manobra de tomada de poder no Banco, operação com evidentes motivações políticas e que está, ela própria, em análise no âmbito de investigações atualmente em curso".
O mesmo gestor, nota a Iniciativa Liberal, está agora fragilizado por suspeitas de envolvimento no processo Cartão Vermelho.
"Recorde-se, aliás, que Vítor Fernandes é, inclusivamente, uma das pessoas que Luis Filipe Vieira está impedido de contactar no âmbito das medidas de coação impostas pelo Juiz de Instrução", lê-se também no comunicado.
"Agora, face aos factos conhecidos, o Governo, para além de garantir os mecanismos de controlo adequados, tem a responsabilidade de agir com a urgência que a situação impõe e de assegurar que as questões que envolvem o Chairman indigitado não acabam por prejudicar gravemente a imagem e a credibilidade do próprio Banco de Fomento. O mesmo sistema que promoveu a ocupação da Banca com o objetivo de obter favorecimento político não pode continuar a utilizar peões de idoneidade posta em causa para controlar fundos avultados em seu favor", conclui a Iniciativa Liberal.
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O partido realça "o papel fundamental que o Banco de Fomento vai assumir na gestão dos fundos europeus que o país irá receber nos próximos anos exige que os titulares dos seus órgãos de topo apresentem um perfil de absoluta idoneidade".
A Iniciativa Liberal afirma que "já tinha manifestado a sua preocupação relativamente à possibilidade de o Banco de Fomento constituir um veículo para a colocação de clientelas políticas e apresentado várias propostas com o objetivo de assegurar a transparência quer das nomeações, quer da utilização dos próprios fundos".
"O mesmo sistema que promoveu a ocupação da banca com o objetivo de obter favorecimento político não pode continuar a utilizar peões de idoneidade posta em causa para controlar fundos avultados em seu favor", acrescenta o partido.
O Bloco de Esquerda também insistiu, este domingo, em pedir esclarecimentos ao Governo sobre a escolha de Vítor Fernandes para liderar o Banco de Fomento.

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Operação Cartão Vermelho. "Nomeação de Vítor Fernandes para o Banco do Fomento é inaceitável"
O Banco de Portugal já fez saber que está a rever a idoneidade de Vítor Fernandes, à luz do que veio agora a público na Operação Cartão Vermelho, que resultou até ao momento em quatro arguidos: Luís Filipe Vieira, o empresário José António dos Santos, Bruno Macedo e Tiago Vieira, filho de Vieira.