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A votação do orçamento municipal da Câmara de Lisboa foi adiada esta quinta-feira, devido a um erro numa proposta de orçamento e que foi detetado pelo PS. Carlos Moedas lamenta o sucedido e diz, em declarações à SIC Notícias, que "é uma pena isto tenha acontecido" e acusa o Partido Socialista (PS) de "irresponsabilidade".
Em causa está uma diferença de 40 milhões de euros inscritos na rubrica de habitação quando estavam na prática afetos a outro tipo de projetos como creches ou centros de saúde.
Ouça as declarações de Carlos Moedas sobre o adiamento da votação do orçamento
O presidente da câmara lisboeta acredita que o sucedido "não é um erro técnico", porque "depois de ter o documento, dizer que há um número numa página que deveria estar noutra" é "algo que se podia ter resolvido imediatamente".
Sobre "este orçamento de que estamos a falar", Moedas refere que "mantinha muitas das coisas do PS". "Os projetos que o PS estava a fazer na câmara, grande parte deles, estão neste orçamento" e, por isso, o autarca crê que "não existia razão nenhuma" para que este fosse chumbado pelo partido da oposição.
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Carlos Moedas: "O orçamento mantinha muitas das coisas do PS"
Carlos Moedas também indicia que o Partido Socialista "pensa que manda no país" e que acha que Portugal "é deles". Por isso, o presidente da câmara de Lisboa diz que "há uma parte do PS" que "ainda não aceitou" que "as coisas mudaram".
O adiamento da reunião de discussão e votação do orçamento e das Grandes Opções do Plano para 2022-2026, que começou pelas 13h25 e que foi suspensa cerca das 19h30, sem que os trabalhos ficassem concluídos, foi motivado "pela invocação por parte do PS de uma desculpa para não permitir que o orçamento fosse votado já e, no fundo, fosse viabilizado na sequência da declaração de voto que eles próprios já tinham comunicado", disse à Lusa o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem o pelouro das Finanças.

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"É um ato, em nosso entender, de extrema irresponsabilidade do PS, que releva dificuldade em aceitar o resultado eleitoral e tentar, deste modo, bloquear a ação do novo executivo e tentar adiar a aprovação do primeiro orçamento deste executivo", afirmou Filipe Anacoreta Correia.
"O documento tinha um erro grosseiro que tem de ser corrigido, estamos a falar de um erro de 40 milhões de euros, não é de quatro milhões", aponta o vereador do PS, João Paulo Saraiva, que sublinha que "não podem estar escolas, creches e intervenções no espaço público classificadas como habitação".
O sentido de voto do PS - de abstenção - não vai mudar, garante, porque é "uma questão de princípio".