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João Gonçalves Pereira, antigo deputado do CDS e líder da distrital de Lisboa, tem estado a acompanhar o Conselho Nacional do partido e não concorda com a decisão de marcar o congresso já para novembro.
"O argumento que a direção dá é que temos de preparar as legislativas de 2023 e, portanto, essa mesma preparação não é prejudicada pela diferença de fazer um congresso no final de novembro ou no início de janeiro. Fazer no início de janeiro não só não colidia com a data de outro congresso que já está marcado, que é o do Chega, como, por outro lado, permitia que ambos os candidatos pudessem percorrer o país, haver um debate interno e definirem as suas próprias estratégias. A leitura que faço é que esta decisão revela que o próprio presidente do partido está desnorteado, desorientado e revela nervosismo", explicou à TSF João Gonçalves Pereira.
Ouça as declarações do líder da distrital de Lisboa do CDS à TSF
O congresso do Chega vai decorrer no fim de semana de 27 e 28 de novembro, a mesma data proposta pela direção do CDS para a realização do congresso dos centristas. Para o antigo deputado, a liderança de Francisco Rodrigues dos Santos "é falhada" e há uma tentativa de negação desse cenário.
"Esta é a minha opinião e só me compromete a mim, como é evidente, mas é bom lembrar porque quem ouve algumas das intervenções do presidente do partido parece que o CDS começou com ele. O partido não começou com ele, mas pode acabar com ele se o rumo que está a ser seguido comprometer a sobrevivência do próprio partido", afirmou o líder da distrital de Lisboa do CDS.
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Já Miguel Barbosa, vice-presidente da direção do partido, garante que não há qualquer divisão no CDS.
"Creio que o partido não está dividido. Há visões diferentes sobre estes resultados mas, apesar da amplificação que é dada a algumas vozes divergentes, sempre que o partido e os militantes são chamados a tomar decisões, ao longo dos últimos dois anos, elas têm sido, no mínimo, contundentes. Não me parece que haja uma divisão", acrescentou Miguel Barbosa.
O Conselho Nacional do CDS está reunido por videoconferência e à porta fechada desde cerca das 11h00, para analisar os resultados das eleições autárquicas e marcar o 29.º congresso do partido, que será antecipado, e deverá realizar-se a 27 e 28 de novembro.

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São candidatos à liderança do CDS o atual líder, Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado centrista e presidente da distrital de Braga, Nuno Melo.

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