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Num momento em que João Gomes Cravinho e Pedro Nuno Santos estão sob os holofotes mediáticos, em casos diferentes, João Soares coloca as "mãos no fogo" pela seriedade de ambos. No programa semanal "Não Alinhados", da TSF, o socialista abordou as declarações, esta segunda-feira, do atual chefe da diplomacia portuguesa sobre a derrapagem de mais de dois milhões de euros nas obras do antigo Hospital Militar de Belém, quando era responsável pela pasta da Defesa.
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João Gomes Cravinho foi questionado em Bruxelas sobre a notícia do semanário Expresso de que, afinal, foi informado do aumento de custos, depois de no Parlamento ter garantido que não autorizou nem lhe foi solicitado que autorizasse a despesa adicional. O ministro rejeita que tenha mentido, tal como acusa o Chega, e argumenta que "se não tivesse travado a despesa, não ia haver hospital" para receber doentes com Covid-19.
João Soares diz que "não é complacente com a corrupção sob que forma for", mas acrescenta que este não é o caso. "Tenho a certeza que pode ter acontecido aquilo que acontece em muitas obras públicas, em muitos países da Europa e do mundo, que são custarem um pouco mais do que aquilo que esteve previsto no início. Isso não significa que tenha havido alguma cumplicidade com ninguém", afirma na TSF, acrescentando que tem João Gomes Cravinho como "um homem de grande seriedade".

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"Meto as mãos no fogo" por João Gomes Cravinho e Pedro Nuno Santos
"Para ocupar funções no governo português largou uma posição extremamente cómoda e confortável quando representou a União Europeia", argumenta.
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Mas a defesa estende-se também a Pedro Nuno Santos. O antigo ministro das infraestruturas que, na sexta-feira, não só relevou que sabia da indemnização milionária a Alexandra Reis quando a administradora saiu da TAP, como deu o aval recorrendo a uma "comunicação informal".
Perante a esfera pública, João Soares também "mete as mãos no fogo" e diz que é "um homem incapaz de cobrir poucas vergonhas que representem benefícios ilegítimos, seja de quem for".
"Quem se ocupa da condução de um ministério ou de uma câmara municipal não pode estar atento até ao milímetro a tudo. O essencial é cumprir aquele que é o seu desiderato, na lógica de servir o público", defende João Soares.
Especificamente sobre o caso, o socialista considera que a Pedro Nuno Santos, "um tipo que é responsável dezenas ou mesmo centenas de dossiers", pode acontecer "que alguma coisa lhe escape ou que não tenha a memória direta", até porque "entre SMS, telefonemas, WhatsApp, e-mail, etc... É uma coisa infernal".
Para João Soares a atitude do antigo responsável pelas Infraestruturas e Habitação revela "um ato de uma grande honestidade e a limpidez de caráter de um homem com Pedro Nuno Santos".
"Estamos a falar de gente séria. Não estamos a falar daqueles senhores que foram para os bancos a partir de situações que tinham tido nos partidos políticos, incluindo no meu, que depois levaram à falência os BANIFs e essas coisas todas", nota o socialista que sai em defesa de Pedro Nuno Santos e João Gomes Cravinho.
OUÇA AQUI TODAS AS EDIÇÕES DO PROGRAMA NÃO ALINHADOS, COM JOÃO SOARES