"Líder do PS está de boa saúde." Costa afasta candidatura de Medina de "jogos partidários"

Líder socialista assinala que a apresentação da recandidatura não é para a sua "preservação".

O secretário-geral do PS afirmou hoje que Fernando Medina recandidata-se a presidente da Câmara de Lisboa por causa dos desafios da cidade e não para "jogos partidários", ou para a "sobrevivência" política de líderes por interposta pessoa.

Estas mensagens foram transmitidas por António Costa na abertura da sessão de apresentação da candidatura de Fernando Medina à presidência da Câmara de Lisboa, na Estufa Fria, na qual estiveram presentes algumas das principais figuras do PS e do Governo, casos da líder parlamentar socialista Ana Catarina Mendes, e dos ministros de Estado da Economia, Pedro Siza Vieira, e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

Sem nunca visar diretamente partidos, o líder socialista, que na segunda semana de junho foi reconduzido pelos militantes do seu partido no cargo de secretário-geral do PS com cerca de 94% dos votos, deixou de forma indireta várias farpas a outras forças políticas, sobretudo ao PSD.

"A contrário de outras candidaturas, a de Fernando Medina não é uma candidatura para a preservação do líder do PS por interposta pessoa. Felizmente, o líder do PS está de boa saúde e continuará de boa saúde. O que se trata aqui é mesmo de Lisboa", declarou António Costa.

Já na parte final da sua intervenção de elogio a Fernando Medina, o secretário-geral do PS voltou à carga, dizendo que Lisboa "não pode ser um espaço de aventuras".

"Não pode ser um espaço simplesmente de afirmação de contabilização de jogos partidários. A cidade é um grande valor que o país tem", argumentou.

No seu discurso, feito de improviso, António Costa comparou Lisboa antes de 2007 - ou seja, antes de o PS ficar com maioria no executivo - e o atual estado da cidade, procurando salientar, sobretudo, os últimos sete anos de presidência de Fernando Medina.

O atual primeiro-ministro considerou depois que o trabalho autárquico nos próximos quatro anos "vai ser muito exigente", principalmente por causa das consequências da pandemia da covid-19. E destacou, em particular, duas áreas: a da habitação e a dos transportes.

"Não podemos regressar à estagnação em que estávamos em 2007. Pelo contrário, temos de prosseguir o desenvolvimento. Ao contrário do que muita gente diz, o desenvolvimento de Lisboa não é só turismo, basta para tal verificar que, em termos líquidos, mais de um terço dos novos postos de trabalho, desde 2007, resultam de investimento direto estrangeiro", apontou.

António Costa falou depois no desafio da habitação acessível - uma área que identificou como central para as classes médias e para os jovens e em que disse que Fernando Medina deu prioridade "desde o seu primeiro dia" na Câmara de Lisboa.

"Temos finalmente recursos que antes não tínhamos, porque no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) cerca de 2750 milhões de euros vão ser destinados à habitação. Esse investimento não é para ser executado pelo Estado. É para ser financiado pelo Estado e executado pelos municípios", frisou.

Por isso, segundo António Costa, é fundamental ter um presidente da Câmara "centrado com os que vivem na cidade e preocupado em construir o futuro da cidade".

Na questão da mobilidade, o ex-presidente da Câmara de Lisboa entre 2007 e 2014 referiu que a cidade foi "capital verde da União Europeia" no ano passado e observou que o metropolitano vai chegar a Alcântara.

"Se hoje temos um novo passe social, se hoje temos uma redução do preço dos passes, isso deve-se a uma proposta que o Fernando Medina, enquanto presidente da Área Metropolitana de Lisboa, e o Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Área Metropolitana do Porto, fizeram ao Governo. O Governo aceitou, trabalhou com eles e foi possível implementar. Agora, temos um passe que nos permite viajar de Mafra até Setúbal por preço único", assinalou.

Para os próximos quatro anos, advertiu logo a seguir António Costa, haverá "um novo ciclo de investimentos".

"A prioridade é o desenvolvimento da rede de transportes", acrescentou.

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