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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou esta tarde a nomeação de três secretários de Estado, divulgou o Palácio de Belém, com destaque para a "subida" de António Mendonça Mendes para a tutela do primeiro-ministro.
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Depois da saída de João Neves, o novo secretário de Estado da Economia é Pedro Miguel Ferreira Jorge Cilínio. No Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques também sai para dar lugar a Nuno Jorge Cardona Fazenda de Almeida.
Além destas novidades, há uma mudança de posto: António Mendonça deixa os Assuntos Fiscais e é o novo secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro.
"A posse dos novos titulares terá lugar na próxima sexta-feira, 2 de dezembro, pelas 12h00, no Palácio de Belém", lê-se numa nota da Presidência.
"Nada a acrescentar"
No congresso nacional da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento dos Sistemas Integrados de Transportes (ADFERSIT), onde Marcelo Rebelo de Sousa esteve esta tarde, e perante a insistência dos jornalistas, o Presidente da República disse não ter "nada a acrescentar" aos nomes propostos e que aceitou.
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PSD nota "despedimento ao ralenti"
O PSD vê um Governo em caos e sublinha que os secretários de Estado saem depois de terem "divergido" do ministro Costa Silva, pelo que "parece uma espécie de despedimento ao ralenti". Hugo Soares, secretário-geral do partido, argumenta que mais uma remodelação governativa é má para o país.
"O PSD tem de anotar o que está a acontecer no Governo. Estamos perante um Governo em caos, em erosão, numa altura em que os portugueses precisavam de um Governo estável", assenta.
Chega critica ligações familiares
O líder do Chega, André Ventura, vê um Governo em elevado processo de desagregação, com a remodelação dos secretários de Estado. Na Assembleia da República, assinalou que o novo secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, é irmão da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, o que pode levar a incompatibilidades políticas.
"Não acho, nem o Chega acha positivo, que o irmão de uma ministra esteja a coordenar politicamente o Governo. Pode gerar situações de dúvida e de alguma incompatibilidade política - não jurídica - e acho que não passa uma boa imagem de um Governo que queria combater o nepotismo e as teias de cumplicidade", argumentou.
PAN preocupado
Pelo PAN, Inês Sousa Real sublinha que o Governo tomou posse há poucos meses e, desde aí, já sofreu duas remodelações. A deputada mostra-se "preocupada" e nota que o Governo ainda nem sequer anunciou o substituto de Mendonça Mendes nos Assuntos Fiscais.
"Em menos de um ano de novo Governo, em contexto de maioria absoluta, verificamos consequentes demissões", notou.
"É importante que haja transparência em todo o processo de nomeação e exoneração, seja de ministros ou de secretários de Estado", ainda que neste cenário haja uma "subida" de Mendonça Mendes, que representa "continuidade".