Marcelo apela a "intervenção" e garante que não incentivou ida de timorenses para Portugal

Em maio, Marcelo Rebelo de Sousa deixou conselhos a estudantes timorenses para que visitassem o país.

O Presidente da República garante que as autoridades portuguesas estão a trabalhar para garantir que há "detenção e prevenção" de redes ilegais de migrantes timorenses. Desde janeiro, já chegaram a Portugal 5514 cidadãos timorenses, e rejeita que tenha incentivado a população timorense a migrar para a Europa.

Marcelo Rebelo de Sousa, numa conferência de imprensa conjunta com o chefe de Estado de Timor-Leste, José Ramos Horta, admitiu que "já entraram vários processos no Ministério Público" de empresas que acolhem migrantes sem lhes dar condições de habitabilidade.

"É intolerável o que se passa e venha a passar à margem da lei. Portanto, deve ser fiscalizado e objeto de intervenção", sublinhou, já depois de ter revelado que, nesta altura, continuam em Portugal cerca de 1130 migrantes, 200 já estão empregados e têm visto.

As autoridades portuguesas estão a acompanhar a situação, para "a deteção e prevenção de esquemas ilícitos e ilegais", com o objetivo de os "travar à partida". Há três elementos do SEF que estão a trabalhar em Timor, prestando apoio às autoridades timorenses.

Em maio, numa visita oficial a Timor-Leste, Marcelo Rebelo de Sousa deixou conselhos a estudantes timorenses para que visitassem Portugal. Questionado se as palavras, na altura, serviram como gatilho para os milhares de migrantes que procuram o país, o Presidente da República explica que falava apenas para "um público específico".

"Fui muito preciso, falei para estudantes universitários e até acrescentei: mas não venham muitos, venham em fatias moderadas. Eu até disse, ironicamente: se não criasse um problema em Portugal, financeiro, económico", respondeu.

Ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente de Timor-Leste especificou que a migração se deve "a atos ilegais de grupos sem escrúpulos", que fazem "promessas falsas aos jovens" e "vendem ilusões".

Ramos Horta afirma que o país está determinado em "identificar e punir" os grupos que enganam os jovens timorenses, num fenómeno que "é muito comum em todo o mundo, em particular nos países em vias de desenvolvimento".

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