Marcelo dá o mote. Governo pode começar "discurso de transição da pandemia, que não pode ser o do medo"

O Presidente da República salienta que é altura de o Governo criar "uma nova narrativa", que "já não pode ser a do medo", mas sim pela positiva.

Marcelo Rebelo de Sousa volta a destacar o processo de vacinação, que tem "corrido bastante bem em Portugal", acompanhado pela redução do número de infeções graves. Para o Presidente da República, o Governo deve "começar o discurso de transição da pandemia para o pós-pandemia", sem recorrer à narrativa do medo.

Na Circulatura do Quadrado, na TSF e TVI24, o chefe de Estado juntou-se à mesa com José Pacheco Pereira, Lobo Xavier e Ana Catarina Mendes, num debate moderado por Carlos Andrade, e sublinhou a necessidade de alterar o discurso depois de um ano e meio de pandemia.

O Presidente da República salientou que é altura de o Governo criar "uma nova narrativa", que "já não pode ser a do medo", mas sim pela positiva, "com consistência e clareza da parte das autoridades sanitárias". Ou seja, Marcelo quer que o país conviva com o contágio, "sem haver uma concentração quase exclusiva de preocupação com uma única doença".

Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que "gostava" que o Governo articulasse com Belém "um discurso de saída da pandemia". "Um discurso que falasse das metas, evitando o crescer de pontos críticos que podem configurar crise política", explica. Embora note que a oposição pode não gostar de um "Presidente assim", Marcelo gostava de ter um Presidente com essas características, "com todo o custo que isso implica para um primeiro-ministro".

Para a classe política, o chefe de Estado lembra que "estão ao serviço de pessoas e têm de ter a noção exata do agravamento da situação social, com um país envelhecido por décadas". Recusando comentar a situação política em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa admite que "é bom ter uma área de poder forte, com visão de médio prazo". Assim como "uma oposição que se afirme como alternativa, ganhando força: é isso que evita os vazios", que levam a novos movimento políticos.

"Serviço Nacional de Saúde teve uma atuação excecional durante a pandemia"

Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda o papel do Serviço Nacional de Saúde, que "teve uma atuação excecional durante a pandemia", assim como as escolas públicas se tiveram de reinventar "várias vezes durante o passado ano letivo".

Ainda assim, o Presidente da República defende que há setores do Serviço Nacional de Saúde que "precisam de um investimento acrescido por estarem mais próximos das populações". Durante a pandemia, exemplifica, "descobriu-se os especialistas em Saúde Pública", uma área que já foi muito atrativa para os recém-formados e que nesta pandemia ganhou nova importância.

"Não é por acaso que se diz que é preciso um investimento atento e acrescido na saúde, assim como na educação", aponta, explicando que o privado "pode e deve ter um campo de intervenção importante", mas a esmagadora maioria dos portugueses "olha para o SNS e para a escola pública como garantia para satisfazer as necessidades".

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