- Comentar
Da esquerda à direita somam-se as críticas à mensagem de Natal de António Costa, com os vários partidos a acusarem o primeiro-ministro de não dar qualquer confiança aos portugueses nem ter respostas concretas para combater o empobrecimento. Mas Marcelo Rebelo de Sousa considera que Costa fez o que lhe compete, falando de "otimismo e esperança" para 2023, um ano em que o país pode ir "mais longe" economicamente se resistir à guerra e inflação.
Relacionados
PS realça humanismo e rejeita excesso de otimismo na mensagem de Costa
Ventura defende que faltou a Costa "palavra de solidariedade" para portugueses
Incêndios: Marcelo aponta "acessos difíceis" à Serra da Estrela e pede que se pense "o conjunto"
"Foi uma palavra de otimismo e de esperança. Parte da situação em que vivemos por este mundo fora em que há guerra e efeitos da guerra. É preciso ver que não há duas pessoas iguais nem duas posições iguais. A posição do primeiro-ministro é a de quem tem a gestão executiva e tem de garanti-la. A posição do Presidente da República é de quem acompanha, apoia, mas vai permanentemente estando atento às populações. O Governo também está, mas o Presidente está mais livre para ir junto das populações do que o Governo, que tem de gerir", defendeu Marcelo.
O chefe de Estado não se considera mais cauteloso do que Costa, mas lembra que tem uma "posição diferente" porque não tem de decidir o que se faz.

Leia também:
Apesar da inflação, dos juros e do preço da energia, Costa mantém a confiança
"Tenho de ir controlando o que quem decide faz. Para nos completarmos temos de ter perspetivas diferentes, se pensássemos exatamente o mesmo não valia a pena ter Presidente da República e primeiro-ministro", explicou o Presidente.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
O primeiro-ministro considerou, na mensagem de Natal transmitida no domingo à noite, que há razões para os portugueses terem confiança, apesar do cenário de incerteza internacional, salientando que a trajetória de redução do défice e da dívida coloca Portugal "ao abrigo das turbulências do passado".
Para o líder do executivo, as três palavras que melhor exprimem o que se deseja nesta época do ano são a paz, a solidariedade e a confiança. Na sua perspetiva, há razões para os portugueses terem confiança.

Leia também:
BE diz que faltaram a Costa "respostas concretas" para combater empobrecimento
"Confiança é o que o nosso país nos garante hoje, quando tanta incerteza nos rodeia no cenário internacional. Confiança no futuro, pelo que estamos a fazer no presente", defendeu.
Segundo António Costa, a solidariedade com que os portugueses têm conseguido, "em conjunto, e lado a lado, enfrentar os desafios que os tempos exigentes colocam", dá "confiança na mobilização de todos em torno dos desafios estratégicos: reduzir as desigualdades, acudir à emergência climática, assegurar a transição digital e vencer o desafio demográfico".