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Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o primeiro-ministro, António Costa, está refém, não do Presidente da República, mas do povo português. Em declarações aos jornalistas, esta quinta-feira, o Presidente defendeu que o povo votou e deu uma maioria absoluta "a um partido e a um homem", acreditando que, assim, houvesse "estabilidade para resolver os problemas do país".
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Marcelo Rebelo de Sousa rejeitou ter feito qualquer ultimato ao primeiro-ministro, no discurso da cerimónia de posse do novo governo, no qual afirmou que "não será politicamente fácil que a cara que venceu de forma incontestável e notável possa ser substituída por outra" (numa alusão aos rumores de que António Costa pretenderá deixar o mandato a meio, para perseguir um cargo a nível europeu). O Presidente da República sublinhou agora que, a haver um ultimato, seria, quanto muito, do povo, que disse a Costa que o queria a ele e ao Partido Socialista.

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"O Presidente não sequestra o Governo, quem o sequestra é o povo, quando dá o seu veredicto", referiu.
"Tenho a certeza de que o primeiro-ministro compreende isto e percebe a importância disto. A única coisa que fiz foi recordá-lo", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que considera que António Costa assumiu que está a avançar para "uma empreitada" de quatro anos.
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Marcelo Rebelo de Sousa recordou que, tal como António Costa afirmara na cerimónia de posse, o Presidente e o primeiro-ministro são os mesmos e têm tido boas relações, pelo que se espera que assim continue até ao final da legislatura.
"A cooperação e solidariedade institucional tem de continuar", continuou o Presidente da República, notando que "há pastas em que isso está mais presente", apontando o exemplo da política externa. Nesse sentido, falou sobre a invasão russa da Ucrânia, considerando que a Rússia "quer ser mais do que um poder regional, quer ser um poder global" e que esse não é um problema de cariz ideológico, mas de "poder universal".
Marcelo Rebelo de Sousa foi ainda questionado sobre a viabilidade de Fernando Medina, ex-autarca de Lisboa, ter assumido a pasta das Finanças no novo Governo, tendo em conta a polémica que envolveu o envio de dados pessoais de manifestantes à embaixada russa, pela Câmara de Lisboa, no seu mandato. O Presidente da República considerou que os dois assuntos "não têm ligação".

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