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Fernando Medina diz que quando estiver concluída a auditoria que pediu à atuação da Câmara de Lisboa em relação às pessoas que organizaram as manifestações vai responder aos ataques de que tem sido alvo. O autarca fala numa campanha de insultos, ignomínias e aproveitamento político, mas garante que não vale tudo.
"Houve um evidente aproveitamento político na tentativa simplesmente de tirar dividendos de um problema fazendo acusações relativamente à minha pessoa sobre algo que classifico entre o delirante, mas que é mais do que isso. Um conluio da Câmara de Lisboa, da minha pessoa, com o regime de Putin que só está no nível do delírio se não fosse uma ofensa absolutamente inaceitável. Essas pessoas que o têm proferido e repetido não vão ficar sem resposta porque na política não vale tudo", explicou Fernando Medina.
Ouça as declarações do presidente da Câmara de Lisboa
Em declarações aos jornalistas, o autarca aproveitou também para criticar o arraial de sábado, da Iniciativa Liberal, dizendo que contrastou com a atitude responsável dos lisboetas.
"Relativamente àquilo que assistimos da parte da Iniciativa Liberal, trata-se de uma utilização alterada daquilo que a lei prevê, que é a liberdade de manifestação. Foi utilizada da forma que se viu por um partido político que atuou em exceção e de forma contrária ao que vimos por toda a cidade que compreendeu a exigência do momento, a importância de fazermos mais um esforço até à vacinação estar mais ampliada. Todos gostaríamos de ter festejado e um partido político decidiu dar o sinal contrário, não cumprindo as regras da Direção-Geral da Saúde, não se preocupando sequer com isso, achando que faria de um festejo à revelia de qualquer regra um exemplo para o que quer que fosse", acrescentou o presidente da Câmara de Lisboa.
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Apesar de a Câmara Municipal de Lisboa ter cancelado os festejos tradicionais dos Santos Populares e de as autoridades de saúde terem emitido um parecer desfavorável, a IL agendou um arraial comício para a tarde de sábado, ocupando o Largo Vitorino Damásio, em Santos, com dezenas de mesas, quiosques de venda de bebidas, assim como quatro generosos assadores para sardinhas e bifanas.

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Num parecer a que a agência Lusa teve acesso, o Delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, António Carlos da Silva, mostrou-se "desfavorável relativamente a todas as atividades que extravasem o referido comício político", defendendo que "atendendo ao princípio de precaução em saúde pública, e pela situação epidemiológica atual na cidade de Lisboa, a mesma não deverá ocorrer e ser adiada".
Em agosto de 2020, depois de o PCP ter decidido manter a realização da Festa do Avante, o presidente e único deputado da IL, João Cotrim de Figueiredo, apresentou na Assembleia da República um requerimento para que fosse divulgado na íntegra o parecer da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre aquela iniciativa.
No requerimento o presidente da IL alegava existirem "dois pesos e duas medidas em matéria de grandes eventos" e Portugal e que a realização da Festa do Avante colocava em causa "os sacrifícios dos últimos meses", ao longo dos quais as regras de contenção da pandemia impediram a realização de festas.