Mendes Calado quis mostrar que não pediu a exoneração por "divergência ou animosidade"

Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre a exoneração do almirante Mendes Calado do Estado-Maior da Armada.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou esta sexta-feira sobre a exoneração do almirante Mendes Calado do cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA).

"Tive oportunidade de agradecer muito ao almirante Mendes calado, porque, não só se mostrou disponível para encurtar o mandato, como cumpriu até ao fim de uma forma muito brilhante", referiu o Presidente da República.

Questionado sobre se viu o vídeo de despedida do até então Chefe do Estado-Maior da Armada, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que não o viu. Ainda assim, explicou que, no seu entender, o almirante Mendes Calado "quis, como militar, marcar a posição de que não foi ele que por qualquer tipo de divergência ou animosidade tomou a iniciativa do afastamento".

Relembre-se que, na quinta-feira, o almirante Mendes Calado, num vídeo publicado no Facebook da Marinha, disse que não saia "por vontade própria".

"Foi uma honra ter sido o vosso comandante. Falta-me tempo e palavras para expressar tamanha gratidão. Deixo a Marinha não por vontade própria pois os que me conhecem não entenderiam que abandonasse o leme da nossa Marinha depois de tanto resistir ao temporal que nos assolou nos últimos tempos", afirmou.

O Presidente da República explicou ainda que "em setembro, quando se colocou a questão da substituição, foi entendido que fazia sentido esperar pelas leis orgânicas e dos três ramos". Esses documentos, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "estão praticamente prontos".

Marcelo Rebelo de Sousa aceitou esta quinta-feira a recomendação do Governo de exonerar o Mendes Calado do cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada e nomear Gouveia e Melo para o substituir.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu também que "todas as chefias, por razões diferentes, vão motivar ou na sua sucessão ou na sua recondução decisões até ao termo do mandato presidencial", o que "é próprio da estabilidade institucional, é assim".

Na segunda-feira vai dar posse ao quarto CEMA (o vice-almirante Gouveia e Melo) desde que é Presidente da República, considerando que isso "mostra que o Presidente, o comandante Supremo das Forças Armadas, acaba por interferir muito, sempre sob proposta do Governo, em matéria de nomeação e recondução".

E apontou que até ao fim do mandato ainda terá pela frente "decisões como a recondução do chefe do Estado-Maior da Força Aérea, depois a substituição do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, depois a substituição do chefe do Estado-Maior do Exército, depois a eventual recondução do empossado segunda-feira chefe do Estado-Maior da Armada".

Na quinta-feira, através uma nota publicada no 'site' da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa deu conta de que vai nomear o vice-almirante Henrique de Gouveia e Melo como CEMA e promovê-lo ao posto de almirante, depois de no mesmo dia o Conselho de Ministros ter aprovado propor a nomeação ao Presidente da República.

O Presidente da República informou também que vai dar posse a Gouveia e Melo na segunda-feira, considerando "ser chegado o tempo" de exonerar Mendes Calado do cargo.

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