- Comentar
A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, considera que as críticas que Cavaco Silva fez, neste fim de semana, às políticas de habitação do Governo socialista "não correspondem àquela que é a realidade" e aponta para a "realidade e concretização" como a resposta a dar.
Relacionados
Cavaco justifica crise na habitação com "falhanço da política do Governo" de Costa
PAN pergunta ao Governo o que está a fazer para evitar mais mortes de lobos-ibéricos
Habitação: Montenegro concorda com Cavaco na crítica "justificada e fundamentada" ao Governo
O antigo Presidente da República afirmou que a atual crise no setor é "resultado do falhanço da política do Governo nos últimos sete anos, com custos sociais muito elevados para milhares de famílias". Cavaco Silva considera também que o pacote Mais Habitação "tem um problema de credibilidade" que nasce do "historial" do executivo.
Esta segunda-feira, a ministra Marina Gonçalves assinalou que as críticas são bem-vindas "se forem construtivas".
Ouça as declarações da ministra Marina Gonçalves.
"Da mesma forma que considero que o PER não foi um fracasso e foi fundamental, considero que o 1.º Direito é muito importante, é estrutural e as críticas que lhe são devidas, se forem construtivas para melhorar o programa, são sempre bem-vindas", assegurou a governante.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Por contraste, "quando são críticas que não correspondem àquela que é a realidade, diria que mais do que responder às críticas, evidenciamos aquela que é a realidade e a concretização de um direito fundamental no terreno".
No sábado, numa conferência que assinalou os 30 anos do Programa Especial de Realojamento (PER), Cavaco Silva protagonizou um discurso muito crítico em relação ao novo programa "Mais Habitação" e à atuação do Governo socialista liderado por António Costa.
O antigo chefe de Estado deixou um conjunto de conselhos ao Governo, entre os quais que "se encoste à credibilidade das câmaras municipais" nesta matéria, mas manifestou "muitas dúvidas de que o novo programa tenha sucesso".
"Para além da falta de credibilidade, há um outro fator inerente ao atual Governo que põe em causa a eficácia prática do programa. Trata-se do fator confiança. Ao longo dos sete anos no poder, o Governo tem feito o possível para corroer a confiança dos investidores", criticou.
Foi ainda deixado um conselho ao executivo de António Costa para que "deixe de lado preconceitos ideológicos e perceba que não é possível aumentar significativamente a oferta de casas sem a participação ativa dos investidores privados".