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Depois de António Costa se ter declarado "perplexo" com as dúvidas do PSD sobre o acordo para a construção do novo gasoduto, Luís Montenegro volta a desafiar a maioria socialista a viabilizar o debate pedido pelos social-democratas, amanhã, em conferência de líderes.
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"Nós queremos que ele vá ao Parlamento e não queremos acreditar que amanhã o Partido Socialista e a maioria absoluta vão inviabilizar esse debate," afirmou Montenegro.
O líder do PSD considera que Costa se comportou de "forma democraticamente lamentável" ao criticar Paulo Rangel, dizendo que este "nada" percebe de energia, e acusa-o de usar "um tom que vem no encalço do uso e abuso" da maioria absoluta.
"O senhor primeiro-ministro tem, nos últimos meses, tido intervenções onde nunca diz a verdade toda. Fica sempre pela meia verdade e pela dissimulação do que está por trás das suas decisões", assinalou numa declaração aos jornalistas.
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Luís Montenegro mantém que existem muitas questões que Costa ainda não respondeu.
"O senhor primeiro-ministro apareceu com ar triunfalista a querer exibir um acordo a propósito de uma solução de gasoduto para gás natural e futuramente para a hipotética utilização de hidrogénio verde e não respondeu àquele que é um interesse estratégico que é essencial para Portugal que é garantir as interligações elétricas nomeadamente aquelas que já estão acertadas com França com a Espanha com a Comissão Europeia e mesmo com o Banco Europeu de Investimento", criticou Montenegro considerando que "não basta dizer que se mantém aquilo que está acordado" porque em 7 anos "não avançou nada."
Questionado sobre as palavras do Presidente da República que saudou o fim dos obstáculos à construção do gasoduto, Luís Montenegro disse que está focado no escrutínio do Governo e que não teria assinado este acordo com Espanha e França
"O PSD não assinaria este acordo nos termos em que foi anunciado," garantiu, considerando que ele não contempla os interesses nacionais em relação às energias renováveis.
"Porque é que se remetem todos esses investimentos para as calendas?" pergunta Montenegro vaticinando que Costa "deixará de se ser primeiro-ministro nos próximos quatro anos" e que nem um quilómetro do gasoduto estará construído.