"Não acordámos hoje, dr. Montenegro, para os problemas do país"

O PSD, em resposta ao programa do Governo para mitigar o aumento do custo de vida, pediu uma redução de impostos até ao sexto escalão de IRS.

Em funções desde 2015, o Governo avisa o líder do maior partido da oposição que "não acordou hoje" para os problemas do país, depois de Luís Montenegro ter criticado as políticas socialistas por "fugirem à realidade". Ana Catarina Mendes e Mariana Vieira da Silva deram a cara e parafrasearam António Costa: "uns falam e outros executam".

O PSD, em resposta ao programa do Governo para mitigar o aumento do custo de vida, pediu uma redução de impostos até ao sexto escalão de IRS, mas o PS já remeteu qualquer mexida para o Orçamento do Estado do próximo ano.

Nas jornadas parlamentares do PS, que contam com pesos pesados do Governo de António Costa, coube à ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, responder ao antigo braço direito de Passos Coelho no Parlamento.

"Não acordámos hoje, Dr. Montenegro, para os problemas do país. Mas ao contrário da direita, não somamos às dificuldades dos portugueses, mais dificuldades", disse, lembrando que foi a coligação PSD/CDS que aumentou impostos e reduziu salários.

Apesar de Montenegro já ter admitido que, nesta altura, não defende "a queda do Governo", à direita do PSD a perspetiva é que existam eleições antecipada em 2024, depois das europeias. Ora, Ana Catarina Mendes garante que o Governo de António Costa está para durar.

"Este é um Governo que respeita o Parlamento mesmo tendo maioria absoluta. Por isso, faz pontes, diálogos e compromissos. Este é um Governo para durar até 2026", acrescentou.

O ano de 2026 é, precisamente, a data limite para a conclusão das obras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), numa altura em que mais de 77 por cento do financiamento está lançado. A ministra responsável pela bazuca, Mariana Vieira da Silva, destaca o papel de António Costa junto dos parceiros europeus.

"Esta ideia de que o PRR é um bolo e apareceu do nada para distribuir, não é verdadeira. Parte de iniciativa política e de um papel que, desde 2015, temos representado em Bruxelas e que antes não tínhamos", argumentou.

Apesar das adversidades, como a pandemia e, agora, uma guerra no Leste da Europa, a ministra segue o raciocínio de António Costa que, no Parlamento, referiu que "uns falam, falam, falam, e no Governo ou se faz, ou não se faz".

"Enquanto uns, perante um problema, com um ar assustado, apontam para o problema, descrevem-no e analisam-no. Outros procuram soluções, apresentam soluções e as respostas aos problemas", atirou.

Mariana Vieira da Silva foi uma das ministras mais visadas pelo Presidente da República, que criticou a "execução lenta" do PRR e pediu assertividade ao Governo.

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