- Comentar
No discurso do segundo dia do Congresso do PSD, em Santa Maria da Feira, Miguel Poiares Maduro citou o autor Goethe para dizer que não se deve subordinar "o mais importante" ao "menos importante". O antigo governante acredita que o PS conduziu a uma situação de deixar todos "mais pobres, mais desiguais, menos democráticos". O segredo do sucesso do PS tem assentado em baixar as expectativas da população, de forma a provocar uma espécie de resignação.
A relação com o Estado que o Partido Socialista parece manter é alvo de crítica por parte de Poiares Maduro, que fala de um partido que se alimenta "do medo da austeridade, que ironicamente foram eles os responsáveis para trazer para Portugal". Responder a esta narrativa não pode passar por ameaçar dizendo que virá ainda mais austeridade.
O eurodeputado defende, portanto, que o foco na mensagem para o país tem de estar no bom que pode acontecer em Portugal, já que os portugueses merecem mais.
"Não podemos continuar a ser um país de castas e de favores." Para Poiares Maduro, é necessário construir um país em que "a relação com o Estado não depende com a relação com o poder".
Defendendo a "igualdade de oportunidades", o social-democrata também critica que o "radicalismo de esquerda" tenha tomado conta do Partido Socialista.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Poiares Maduro defende que o PS não derrubou nenhum muro. Em vez disso, "saltou para o outro lado do muro".
"Para permanecer no poder, o PS fará com que Portugal tenha de viver do outro lado desse muro."
"O PS não tem um projeto político para o país, apenas tem um projeto de poder", ataca o social-democrata. O eurodeputado sublinha que os portugueses têm o direito de ouvir a resposta pela boca de António Costa, sobre se viabilizará um Governo eleito do PSD. Poiares Maduro exorta ainda o PSD a manter-se unido, de forma a estar à altura desta responsabilidade.