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Nuno Melo promete "fazer de tudo" para que o CDS volte ao Parlamento, "sem atirar a toalha ao chão", e defende que há um espaço político que ficou sem representação na Assembleia da República (AR). O eurodeputado e candidato à liderança centrista pede união, "sem espaço para zangas".
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A sala da apresentação da candidatura do centrista era a mesma da noite eleitoral em que o CDS perdeu a representação parlamentar, no Largo do Caldas, sede do partido. Dos rostos cabisbaixos e da sala vazia, os centristas mobilizaram-se para a apresentação da candidatura de Nuno Melo, que promete ir à luta.
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"Hoje não começa a última batalha de um CDS perdido. Hoje começa a última batalha de um CDS renascido", atirou.
Nuno Melo, que "não se resigna a um CDS fora da AR", admite que os centristas estão "chocados por saber que uma franja significativa da nossa sociedade deixou de estar representada no hemiciclo".
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Destacando as diferenças para a Iniciativa Liberal (IL) e o Chega, partidos que roubaram eleitorado ao CDS, Nuno Melo defende que "há um espaço político que ficou vazio" sem os centristas.
"Se a IL se quer sentar entre o PS e o PSD, o Chega senta-se simbolicamente à direita do próprio regime. Qual é a importância verdadeiramente fundamental do que acabo de dizer? É que há todo um espaço político de centro-direita, à direita do PSD e à esquerda do Chega, que desapareceu", acrescentou.

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Nuno Melo quer "um partido adaptado às novas realidades", e assume que "um partido que não se preocupa com o ambiente, não merece o voto de um único jovem do país". O CDS deve também, na opinião do candidato, liderar a discussão sobre a igualdade salarial entre homens e mulheres.
E, para dentro de portas, Nuno Melo quer um partido que "não exclua, unido", e, sem nunca referir o nome de Francisco Rodrigues dos Santos, o eurodeputado afirma também que "não quer zangas".
"Não perderei um segundo em ajustes de contas. E centrarei todas as nossas energias na reconstrução do CDS, porque o CDS faz falta a Portugal. Em vez de excluir, unir, vez de reduzir, alargar, em vez de crispar, reconciliar, em vez de fechar, abrir, em vez de morrer, viver", disse.
Nuno Melo admitiu que o próximo obstáculo do partido é o financeiro, com um CDS sem a subvenção do Estado, e promete dar o exemplo, "para assegurar os postos de trabalho no Largo do Caldas".
"Não receberei um cêntimo de vencimento nos próximos dois anos no CDS. E se aquilo que seria o meu vencimento permitir manter mais um ou dois empregos no Largo do Caldas, sinto que estou a fazer rigorosamente o que está certo", acrescentou.
O eurodeputado agradeceu ainda aos militantes "que não saíram do partido", durante o mandato de Francisco Rodrigues dos Santos, mas também "aos que saíram e querem voltar".
Ao lado de Nuno Melo, na apresentação da candidatura, estiveram nomes como Telmo Correia, ex-líder parlamentar, e os antigos governantes Pedro Mota Soares e Nuno Magalhães.
