Oposição interna do BE quer "descontinuar perda de influência" e rejeita "ansiedade de mediatismo"

A moção E rejeita apresentar um nome para a coordenação do partido.

Poucas horas depois de Mariana Mortágua apresentar a candidatura à liderança do Bloco de Esquerda (BE), a oposição interna dá conta da moção que vai levar à convenção de maio, mas rejeita apresentar um nome para a coordenação do partido.

A moção E (de esperança) quer regressar ao passado, com várias vozes na liderança bloquista, e conseguiu 410 subscritores, contra as 1300 assinaturas da moção de Mariana Mortágua.

O antigo deputado Pedro Soares deu voz à lista alternativa, na apresentação que decorreu nesta segunda-feira, e definiu os objetivos: regressar às origens e recuperar a influência dos bloquistas.

"Nós queremos, de facto, descontinuar este caminho de perda de influência política, social e eleitoral do BE", disse Pedro Soares.

A lista lamenta que a corrida interna se faça "de forma desigual", com a atual direção agarrada ao poder, designando a moção que defende como "da cúpula" com membros de base.

"Temos consciência que é uma luta desigual e difícil. Uma luta contra uma moção que tem toda o aparelho do Bloco, sem pluralidade, e mantém todo o aparelho. Por outro lado, há uma moção que é claramente da cúpula", insistiu.

Para Pedro Soares, o grande desafio da próxima convenção é a discussão sobre os resultados eleitorais do partido, em que os bloquistas perderam 14 deputados, criticando a moção de Mariana Mortágua por não dedicar "uma única linha" ao tema.

"Não o fazer, não é levar o partido a sério. Não o fazer, é não considerar que as pessoas precisam dessas respostas. As pessoas precisam de perceber que o BE reconhece os seus erros", acrescentou.

O subscritor da lista alternativa considera ainda que "há ansiedade de mediatismo" na equipa de Mariana Mortágua, para que o "debate fundamental", sobre o ciclo eleitoral, seja arrastado para segundo plano na reunião magna de maio.

A 14 de fevereiro, Catarina Martins anunciou que iria deixar a liderança bloquista na convenção de maio, salientando "a instabilidade política" dentro do Governo socialista: "É agora que o BE deve preparar a mudança política que já aí está".

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