- Comentar
O PAN repudiou esta quinta-feira que a Câmara de Lisboa tenha partilhado dados de manifestantes com a embaixada da Rússia e pediu um "cartão vermelho" ao presidente da autarquia, Fernando Medina, nas próximas eleições.
"O PAN - Pessoas-Animais-Natureza repudia o infeliz acontecimento protagonizado pela Câmara Municipal de Lisboa ao entregar os nomes e as moradas de três manifestantes à embaixada russa em Lisboa e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia", refere-se num comunicado.
Na mesma nota, o PAN "exige que sejam apuradas e assumidas responsabilidades políticas" e defende que o presidente da Câmara, Fernando Medina, "deve prestar esclarecimentos à Assembleia Municipal de Lisboa".
"Este episódio lamentável não pode passar em branco como tem acontecido sucessivamente em Portugal e em Lisboa perante graves falhas de governabilidade. A Câmara Municipal não pode partilhar informação sensível, não tendo competência ou autorização para tal", sustenta a porta-voz desta força política, Inês de Sousa Real.
O PAN, ao contrário do candidato do PSD à presidência da Câmara de Lisboa, não exige a imediata demissão de Fernando Medina, mas pede que este dirigente socialista seja penalizado nas próximas eleições autárquicas.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Inês de Sousa Real considera que em Lisboa se está "claramente num fim de ciclo governativo marcado por erros sucessivos que têm lesado a cidade".
"É fundamental que nas próximas eleições [autárquicas] estes atropelos, designadamente aos direitos humanos, sejam consequentes e que a cidade mostre um cartão vermelho a Fernando Medina e ao seu executivo", salienta Inês de Sousa Real.
Inês de Sousa Real, deputada municipal de Lisboa e da Assembleia da República, advoga que "o país exige que os seus políticos e governantes assumam responsabilidades de uma vez por todas - e este é um caso no qual é imperativo que isso aconteça".
"O PAN entende que Fernando Medina deve prestar esclarecimentos à Assembleia Municipal de Lisboa, órgão fiscalizador da Câmara, para responder às questões que ficaram por esclarecer, nomeadamente se este era um protocolo habitual, conforme afirmou o próprio Fernando Medina", lê-se no comunicado.
Para o PAN, caso o envio de dados pessoais de promotores de manifestantes tenha sido uma prática recorrente da autarquia de Lisboa, importa então saber "em que outras ocasiões tal aconteceu e quantas pessoas viram os seus direitos violados e podem correr risco".
"Não é admissível que Portugal, que deveria estar na linha da frente da defesa dos direitos humanos, exponha ativistas que se opõem a regimes, sejam eles de que país forem. É fundamental perceber a dimensão do problema e de imediato tomar medidas para o resolver e, acima de tudo, proteger estas pessoas", acrescenta a porta-voz do PAN.