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O Bloco de Esquerda (BE) alerta que o país "está estagnado" quanto à saúde familiar e reprodutiva, e pede um maior envolvimento das escolas, para que o país "não volte ao passado", 15 anos depois do referendo sobre a despenalização do aborto.
Depois de visitar a associação para o Planeamento da Família, para assinalar a data, Catarina Martins defende que a vitória do sim foi sinónimo de "mais saúde pública e direitos".
"É preciso termos consciência que se houve um grande avanço há 15 anos, e todos os números mostram que depois de o "sim" ganhar tivemos muito mais saúde pública, mais respeito e mais direitos. Neste momento, há uma estagnação em responsabilidades do Estado sobre saúde familiar e saúde sexual e reprodutiva", alerta.

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A líder bloquista acrescenta que "é importante a formação dos profissionais de saúde e dos docentes" para que o trabalho continue a ser desenvolvido em Portugal, "o que nos distinguem de um passado a que não queremos voltar".
Os números do aborto dos últimos três anos não são conhecidos, e o BE já pediu esclarecimentos ao Governo. Na missiva, dirigida ao Ministério da Saúde, a que a TSF teve acesso, o partido lembra que "até 2008, o aborto clandestino era a terceira maior causa de morte das mulheres em Portugal".
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"Está o Ministério da Saúde em condições de assegurar que, durante o período de pandemia, o acesso e acompanhamento da interrupção voluntária da gravidez foi garantido nas condições legalmente previstas e que os números parcelares conhecidos não significaram um regresso a procedimentos clandestinos, sem condições de segurança?", questiona o partido.
Desde 2012 que não há qualquer registo que uma mulher tenha morrido na sequência de um aborto clandestino.

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