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O PCP volta à carga com um pedido para alargar a comissão de inquérito até à última privatização da TAP. O partido considera que este só este mecanismo parlamentar tem a força política e legal necessária para esclarecer cabalmente o que se passou com a companhia aérea.
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Em conferência de imprensa, esta tarde, na Assembleia da República, o deputado Bruno Dias afirmou que é "inevitável" o alargamento do período sobre o qual incide a comissão de inquérito e criticou a postura do PS e do PSD, que têm chamado antigos responsáveis políticos, de governos socialistas e sociais-democratas, à comissão parlamentar de Economia - naquilo que classifica como uma "esgrima de requerimentos".
"É uma espécie de manobra de diversão em que as questões essenciais passam completamente ao lado da comissão de inquérito", aponta o deputado comunista.
"Seria um mau serviço ao país que a Assembleia da República estaria a fazer se, na comissão parlamentar de inquérito, ignorasse completamente as questões que têm que ver com centenas e centenas de milhões de euros", sublinhou.
Os comunistas esperam agora que os restantes partidos "não tenham medo" de levar o tema da privatização à comissão de inquérito, em vez de deixar que se fique pela comissão de Economia. A diferença, sustenta Bruno Dias, "é não só política mas, também, jurídica e legal".
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"Uma comissão de inquérito tem poderes reforçados nos termos da lei", justifica o deputado. "É muito mais complicado fugir à resposta e fugir à entrega de elementos e informação."
Para o PCP, a comissão parlamentar de inquérito é "um momento especial", não só "pelo simbolismo e pela vertente política", como "pela eficácia da ação".
Da primeira vez que o PCP propôs o alargamento da comissão de inquérito, a ideia foi rejeitada. Os comunistas acreditam, no entanto, que, desde então, muito mudou, desde logo "a própria atitude de PS, PSD e Bloco de Esquerda relativamente à importância de apurar os factos", na sequência de "notícias vindas a público", que, defendem os comunistas, "confirmavam os alertas" que o partido vinha dando.
O PCP quer ouvir na comissão de inquérito os empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa, os antigos e atuais ministros com o dossier da TAP, assim como "os responsáveis da União Europeia que impuseram o plano de reestruturação" e os "representantes dos trabalhadores" da companhia aérea.
O partido pretende ainda que cheguem à comissão parlamentar de inquérito documentos sobre a compra de aviões, os negócios da TAP que beneficiaram a Atlantic Gateway e as remunerações dos gestores da transportadora aérea nos últimos dez anos.